Eleição em BH: debate da Record é marcado por críticas a Fuad e Kalil

Eleição em BH: debate da Record é marcado por críticas a Fuad e Kalil



Críticas ao prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD)e para ex-prefeito Alexandre Kalil dominado o debate da TV Recordrealizada neste sábado (28/9), com seis dos sete candidatos a prefeito da capital com representação no Congresso Nacional. Entre os temas abordados também estavam as escolas cívico-militares, o contrato de ônibus, a saúde e a gestão da BHTrans. Mauro Tramonte (Republicanos)que lidera as pesquisas, foi o principal alvo dos concorrentes. Apenas Noman, que busca a reeleição, não compareceu.

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A primeira pergunta foi feita por Carlos Viana (Podemos)quem escolheu Bruno Engler (PL) como alvo. O senador criticou Kalil, afirmando que sua gestão foi desastrosa, deixando Belo Horizonte sob o comando de seu vice. Segundo ele, o ex-prefeito prometeu não fazer nada e cumpriu, atrasando a cidade em oito anos. Viana também questionou Engler sobre o déficit da prefeitura. O deputado Bolsonaro argumentou que, pela primeira vez, a PBH não fechou as contas. Para ele, Fuad tem gasto excessivamente em ano eleitoral para tentar a reeleição.

Kalil voltou a ser o centro das atenções no confronto com Engler e Tramonte. O deputado de extrema direita afirmou que os ex-secretários de Kalil seriam considerados para cargos na Prefeitura, caso Tramonte vencesse. Também foram discutidas a ausência do apresentador na Assembleia Legislativa (ALMG) e a questão da segurança pública. Engler desafiou o jornalista a esclarecer a veracidade das alegações.

Tramonte então questionou Duda Salabert (PDT) sobre transporte público. Ele criticou a qualidade do sistema, citando tarifas elevadas e ônibus poluentes, além da redução da frota durante a pandemia. Duda defendeu o uso da tecnologia e atacou as alianças do apresentador, destacando a importância da Serra do Curral para o abastecimento de água de Belo Horizonte.

O deputado federal também interagiu com Rogério Correia (PT)e ambos criticaram Fuad Noman. Abordaram a desigualdade em Belo Horizonte, onde 20% da população vive com menos de um salário mínimo. Correia mencionou um estudo da Universidade Federal sobre insegurança alimentar e propôs o programa Bolsa BH, que visa oferecer apoio financeiro adicional a quem recebe o Bolsa Família.

O embate entre Correia e Gabriel (MDB) teve como foco o transporte público e as doações de campanha de Fuad. O presidente da Câmara Municipal, autor da proposta de tarifa zero para cidades e favelas, destacou a falta de fiscalização dos contratos com as operadoras de ônibus.

Segundo bloco

Na segunda parte do debate, as críticas continuaram, mas de forma mais moderada. Engler e Tramonte discutiram a queda do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de Belo Horizonte e a necessidade de mais vagas em creches. A conversa evoluiu para críticas à gestão da saúde, onde ambos discutiram a falta de médicos e a situação dos serviços públicos na cidade.

Depois, Tramonte escolheu o senador Carlos Viana para debater a atual situação da saúde em Belo Horizonte. O confronto começou com críticas à suposta falta de médicos na cidade e um ataque à gestão de Fuad Noman. A troca de propostas, porém, terminou em farpas entre os dois candidatos, que têm em comum o fato de terem longa carreira como apresentadores de telejornais.

Viana afirmou que deixou o jornalismo para trabalhar como senador e aprender a construir propostas para a população, alfinetando seu concorrente, que concilia o trabalho no telejornalismo com a função de deputado estadual e é criticado pelo baixo comparecimento à Assembleia. Tramonte respondeu que aprendeu a defender o povo em seu trabalho como jornalista: “Aprendi a sentir a dor do cidadão que sofre na UPA, no trânsito, que sofre por não conseguir chegar a uma prefeitura e ser atendido. ”

No embate seguinte, Viana e Duda Salabert voltaram a falar sobre educação e criticaram a troca de cinco secretários da área em dois anos na gestão Fuad. O alvo passou rapidamente para Tramonte, quando os dois concordaram em afirmar que o deputado estadual não apresenta propostas concretas ao longo de sua campanha.

Nas interações seguintes, Duda, Engler, Gabriel e Correia trocaram amistosamente propostas sobre segurança pública e educação.

Bloco final

O terceiro bloco trouxe novas críticas, principalmente em relação à gestão do prefeito de BH. Duda Salabert questionou Gabriel sobre a situação da cidade, que ele avaliou como “terrível”. Ambos trocaram farpas sobre projetos de distribuição de absorventes e atuação do vereador na Câmara Municipal.

Engler levantou questões sobre mobilidade urbana e a lagoa da Pampulha, prometendo abrir a “caixa preta” da BHTrans. A discussão sobre as escolas cívico-militares se intensificou, com Engler defendendo o modelo, enquanto Tramonte foi contra, citando a necessidade de cuidar dos professores.

Viana, em resposta a Tramonte sobre a questão do lixo na capital, criticou Kalil e defendeu a expansão das cooperativas de catadores. Tramonte apresentou suas propostas para melhorar a coleta de lixo, mas Viana comparou-o a figuras históricas problemáticas.

O debate também abordou a fome, com Correia defendendo mais uma vez o Bolsa BH e a necessidade de garantir alimentação para todos. A última pergunta foi uma pergunta dupla entre Correia e Duda, que criticou as filas nas UPAs e a falta de médicos, reiterando que a gestão da saúde precisa de reformas.

Debate

A Record organizou o quarto debate entre os candidatos a prefeito de Belo Horizonte, transmitido pela TV aberta. A primeira ocorreu no dia 8 de agosto, antes mesmo do início oficial da campanha. Na época, todos os sete principais candidatos participavam do programa.

No dia 3 de setembro, a Rede Minas organizou o segundo encontro, desta vez sem a presença de Carlos Viana (Podemos), Mauro Tramonte (Republicanos) e Fuad Noman (PSD). No dia 11, a TV Alterosa transmitiu o terceiro debate e, desta vez, apenas o atual prefeito da capital não apareceu para trocar propostas e ataques entre os candidatos.

O cenário que antecede o encontro dos concorrentes na sede da Record, em BH, é o mais quente desde o início da campanha eleitoral. A uma semana da eleição, diversas pesquisas mostram que continua a briga para definir os dois nomes que disputarão o segundo turno na tentativa de governar a capital mineira.

A última pesquisa Datafolha, divulgada no dia 19 de setembro, mostrava Mauro Tramonte à frente com 28%, confirmando os resultados anteriores. A briga pelo segundo turno, porém, se cristalizou entre Fuad e o deputado estadual Bruno Engler (PL), ambos com 18% de intenções de voto, segundo a pesquisa.

Contratada pela Folha de S. Paulo e TV Globo, a pesquisa Datafolha entrevistou pessoalmente 910 eleitores de Belo Horizonte nos dias 17 e 18 de setembro. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo MG-07919/2024 e tem margem de erro de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos.

Quatro dias depois, porém, uma pesquisa divulgada pelo Instituto AtlasIntel mudou o contexto da disputa ao mostrar Engler liderando com 25,2%; Mauro Tramonte em segundo lugar com 15,3%; seguido por Gabriel Azevedo (MDB), com 14,4%; Duda Salabert (PDT), com 13,7%; Fuad Noman, com 13,5%; e Rogério Correia (PT), com 10%.

A pesquisa AtlasIntel entrevistou 1.598 eleitores entre os dias 17 e 22 de setembro, com margem de erro de mais ou menos 2 pontos percentuais e cadastrados no TSE com o número MG-06581/2024.



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