As próximas duas semanas serão decisivas para os próximos dois anos do presidente Lula da Silva. Um erro de cálculo poderia levar o dólar para R$ 6,5 e o governo Lula entraria em uma crise financeira que poderia inviabilizar toda a economia. Uma sucessão de vitórias poderá conter a onda de pessimismo no mercado financeiro e dar uma trégua ao governo por mais alguns meses.
Este é o roteiro de fatos que começa a contar a história da segunda metade do mandato de Lula 3:
• São divulgadas as primeiras pesquisas Genial/Quaest e Datafolha sobre o efeito do anúncio da isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil e das mudanças no cálculo do salário mínimo. O aumento da popularidade de Lula dará ao presidente a certeza de que fez a coisa certa ao combinar as duas propostas, apesar do custo em câmbio e juros;
• O Congresso começa a votar nesta terça-feira projetos para reduzir o crescimento dos gastos. Só quem acredita no boitatás acha que esse Congresso vai apertar os parafusos do pacote. Pelo contrário, deputados e senadores devem reduzir a economia proposta pelo Ministro Haddad através (1) da manutenção do governo do Distrito Federal; (2) controle de salários acima do teto da função pública, afetando principalmente os juízes; (3) a possibilidade de concessão de incentivos fiscais às empresas quando houver déficit nas contas governamentais. As empresas beneficiadas pelos incentivos articulam a derrubada da ideia; e (4) critérios mais rígidos para cálculo da renda das famílias solicitantes do BPC e inclusão de novos beneficiários por meio de liminares sem terem realizado exames. Estima-se que as duas exigências possam cortar até 1 milhão dos 5,5 milhões cadastrados no BPC. No fim de semana, em estado de negacionismo económico, o PT decidiu que era contra esta medida.
• Ao mesmo tempo, o Congresso vota o Orçamento para 2025. Pelos preços de hoje, é provável que o Congresso derrube as propostas de aumento das alíquotas da CSLL e do JCP, criando um buraco de R$ 20 bilhões para compensar a prorrogação da desoneração da folha de pagamento das empresas. Se isto acontecer, o Ministério das Finanças terá de encontrar outra fonte de recursos, provavelmente um novo imposto.
• A Câmara dos Deputados ainda pode aprovar em dezembro o bizarro projeto de renegociação da dívida do Estado, que dá vantagens a maus pagadores como os governos de Minas, Rio de Janeiro e Goiás. A União poderá perder mais de R$ 40 bilhões por ano com o projeto;
• A extensão das derrotas do governo dependerá de o presidente Lula convencer o ministro Flávio Dino, do STF, a recuar em sua missão de não liberar roubos em emendas parlamentares. Por unanimidade, o STF apoiou a decisão moralizadora de Dino. Quase por unanimidade, o Congresso quer manter o clima de conluio com o dinheiro público;
• A troca de guarda entre Roberto Campos Neto e Gabriel Galípolo na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de terça e quarta ocorre sob cerco. O Banco Central deveria aumentar a taxa de juros e anunciar um longo ciclo de elevação da taxa Selic para tentar reancorar as expectativas do mercado financeiro e devolver o câmbio abaixo de R$ 6. Com a política fiscal do governo desacreditada, resta apenas a âncora monetária.
Há um debate bizantino no mercado financeiro sobre se o Copom aumentará os juros em 0,75 ponto percentual ou 1 ponto. A questão é se é melhor dar um choque de credibilidade agora ou indicar uma política gradual de médio prazo. De qualquer forma, o Brasil chegará em junho com uma Selic entre 13% e 14%, com efeitos diretos no crescimento econômico, nos investimentos de empresas.
A taxa de câmbio busca um novo patamar. Quando o presidente Lula determinou que a equipe econômica ajustasse o crescimento das despesas, o dólar estava abaixo de R$ 5,5. No final de outubro, quando Lula organizou a primeira reunião ministerial sobre o tema, o preço já estava pouco acima de R$ 5,7. Depois que o pacote foi anunciado, ele subiu para mais de R$ 6 e ainda não desceu.
É natural que o preço caia na última semana de dezembro devido aos milhares de contratos que terminam sempre no final do ano. Mas então a moeda irá variar em um novo nível. Quando o pacote foi lançado, o pior cenário da equipe econômica presumia que esse patamar seria de R$ 5,9. Agora este esquema parece otimista.
Como parte do pacote fiscal, o governo ainda precisa apresentar projetos de revisão da aposentadoria militar, ampliando a isenção do imposto de renda para R$ 5 mil e tributando rendimentos a partir de R$ 50 mil. Existe a possibilidade de cobrança de 7,5% sobre a distribuição de dividendos. Inspetores de contas públicas, muitos operadores estão preocupados se terão de pagar mais impostos a partir de 2026.
É difícil encontrar alguém no governo Lula, fora da equipe econômica, que entenda o tamanho dos riscos. Os últimos dias foram de negação. “O país cresce para a economia real, não para os especuladores. Porque o que estão a fazer é antecipar as eleições de 2026, trazendo para o presente uma tentativa de desestabilização do governo”, disse Rui Costa, num seminário do PT. Ao comentar a pesquisa Genial/Quaest com operadores do mercado financeiro que mostra que 90% desaprovam Lula, Simone Tebet disse: “isso não é imparcialidade. É jogar contra o país. E quem joga contra o país quer ajudar a afundar o país.” O Diretório Nacional do PT aprovou documento que contém ameaça ao ministro Haddad: “Não será possível uma solução que agrade ao mercado e à nossa base”.
Pragmático, o Congresso sentiu o sangue na água e exigiu que o governo Lula liberasse R$ 7,8 bilhões em emendas suspensas pelo STF. Na quarta-feira, 4, a Câmara dos Deputados aprovou a urgência dos dois projetos de pacote fiscal por margem mínima. A urgência do primeiro projeto foi aprovada com 260 votos a favor, apenas 3 acima do mínimo necessário. Para a segunda — que não exigia um número mínimo de votos, além da maioria simples — o governo recebeu 267 votos. Além desses dois projetos, o governo Lula enviou ao Congresso uma PEC, que precisa de 308 votos para ser aprovada. A mensagem dos parlamentares é simples: sem o dinheiro das emendas nada vai acontecer. A questão é para onde vai essa jornada.
Se o pacote Haddad estiver demasiado desidratado, o dólar explode e o país corre o risco de entrar numa má espiral financeira que atirará a economia de 2025 para o buraco. O governo Lula e o Congresso não podem errar.
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