19/11/2024 – 16:31
• Atualizado em 19/11/2024 – 16h40
Mário Agra/Câmara dos Deputados
A luta de Reginete Bispo contra o racismo inclui o combate às diferenças no mercado de trabalho
Neste dia 20 de novembro de 2024, pela primeira vez, o Dia Nacional do Zumbi e da Consciência Negra é comemorado com um feriado nacional (Lei 14.759/23). Anteriormente, esta era uma política apenas em algumas cidades e estados.
A deputada Reginete Bispo (PT-RS), relatora da nova lei na Câmara, explica que a data é importante para lembrar a resistência dos negros no Brasil. “Hoje todos sabemos a importância, por exemplo, dos quilombos. Zumbi dos Palmares foi um líder quilombola. Os quilombos eram territórios de luta e resistência; ao contrário do que aprendíamos nos cadernos escolares – pelo menos na minha geração – que eram territórios de fuga. Não foi apenas um lugar de fuga da escravidão, mas foi um território de organização e articulação, de luta contra a escravidão.”
Para a deputada, há avanços recentes no combate ao racismo; mas ainda são necessárias várias medidas, como o combate às diferenças no mercado de trabalho. “Uma mulher negra desempenhando o mesmo papel de um homem branco, com a mesma escolaridade, às vezes com ensino superior, receberá 40% ou 50% do que ganha esse homem branco. Isso precisa ser superado, porque isso vai afetar a vida, o dia a dia dessa família, dessa comunidade, dessa pessoa”.
O deputado também cita a violência policial contra negros e pardos e o maior índice de encarceramento. Na educação, ela acredita que a política de cotas nas universidades já deu resultados; mas afirma que é preciso mudar o ensino fundamental, que ainda estaria muito focado nos acontecimentos dos países mais ricos.
Mário Agra/Câmara dos Deputados
Valmir Assunção lembra que projeto que deu origem ao feriado sofreu resistência
Sobre a cota de 30% de recursos provenientes de verbas partidárias e eleitorais para candidaturas de pretos e pardos, a deputada Reginete Bispo reclama que a emenda constitucional 133 acabou criando um teto para repasses. “Junto com isso veio a fraude, os brancos se declarando negros. Porque o sistema ainda não tem como verificar a veracidade da autodeclaração que os candidatos fazem.”
Na Câmara também se comemora um ano de criação da bancada negra, inaugurada com 122 parlamentares. A bancada tem espaço no colégio de líderes, fórum que debate a pauta de votação do Plenário da Câmara.
Autor do Projeto de Lei 296/15, que deu origem à lei do feriado da Consciência Negra, deputado [[Valmir Assunção]]relembra o processamento da proposta. “Meu projeto tramitou durante oito anos, enfrentou muita resistência de quem achava que os negros não mereciam uma data específica para celebrar nossos heróis e heroínas. Quando aprovamos a proposta em 2023, vi que a luta coletiva era a fundação do dia 20 de novembro é uma conquista para todo o movimento negro”, afirmou.
Depois que a Bancada Negra da Câmara Federal assumiu o projeto como prioridade para parlamentares negros, o texto que estava pronto para ser votado na Câmara foi juntado a outro que veio do Senado Federal e foi aprovado. “Sou de um estado com população negra. Faço parte do segmento social que é a base da pirâmide social, que sustenta este país, pois somos a maioria da força de trabalho. Somos pelo menos 58% da população brasileira que sofre com o racismo, que luta dia após dia pela implementação de políticas públicas específicas de combate ao racismo”, acrescentou o parlamentar baiano.
Mário Agra/Câmara dos Deputados
Benedita da Silva chamou a atenção para as múltiplas vulnerabilidades da população afrodescendente
Violência
A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) também relembrou o início da campanha 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher. No Brasil, esta campanha começa no dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, que, pela primeira vez, será feriado nacional.
“Nossa campanha de combate à violência contra a mulher começa no dia 20 de novembro, porque reconhece as múltiplas vulnerabilidades da população afrodescendente e também lembra que não há combate à violência de gênero sem o enfrentamento do racismo neste país”, destacou.
Benedita chamou a atenção para a sub-representação política das mulheres negras e para a histórica desigualdade social desta população. “Pelo menos 12,5% desse grupo está em situação de insegurança alimentar moderada e grave; e 63% dos domicílios chefiados por mulheres negras estão abaixo da linha da pobreza. essas mulheres que mais sofrem com o legado histórico da escravidão”, afirmou.
Relatório – Silvia Mugnatto
Edição – Georgia Moraes
empréstimo auxílio brasil picpay
emprestimo consignado do inss
empréstimo consignado inss
emprestimo aposentados
simulação picpay
créditos consignados
empréstimos consignados do inss
emprestimo para inss
empréstimo do inss