06/04/2024 – 20:41
Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Nilto Tatto apelou à urgência na aprovação de propostas a favor do ambiente
O Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado no dia 5 de junho, inaugurará a nova edição da “Virada Parlamentar Sustentável”, promovida pela frentes parlamentares organizações socioambientais e cerca de 80 organizações da sociedade civil. Até o final do ano, haverá uma série de seminários e audiências públicas para intensificar o debate em torno da gravidade das mudanças climáticas e influenciar a agenda de votação da Câmara dos Deputados e do Senado.
O coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, deputado Nilto Tatto (PT-SP), citou a relevância do tema diante dos recentes eventos de seca extrema na Amazônia e enchentes no Rio Grande do Sul.
“Acredito que é hora de uma virada: não pensar nos interesses de grupo, mas pensar no coletivo do povo brasileiro. A história pode nos cobrar. As gerações futuras também. Não temos tempo a perder: tenhamos coragem de fazer diferente e escrever novos capítulos de uma nação verdadeiramente comprometida com a agenda ambiental”, disse o deputado.
Em sessão solene no Plenário da Câmara nesta terça-feira (4), Tatto pediu urgência para aprovação das propostas que tratam de diretrizes para elaboração de planos estaduais e municipais de adaptação às mudanças climáticas (PL 4129/21), cidades resilientes a eventos extremos (PL 380/23), incentivos à educação climática (PL 2964/23), política nacional de economia circular (PL 1874/22), uso sustentável do bioma marinho (PL 6969/13 – Direito do Mar) e inclusão de temas de segurança climática na Constituição (PEC 37/21). Segundo o deputado, essas propostas estão em análise no Congresso por “negação de interesses setoriais”.
Por outro lado, os ambientalistas querem impedir a flexibilização do licenciamento ambiental (PL 3729/04) e a extinção dos terrenos marinhos (PEC 3/22atualmente em tramitação no Senado, que na Câmara foi designada como PEC 39/11) com riscos de “privatização” de áreas litorâneas.
O consultor jurídico do Instituto Socioambiental (ISA), Maurício Guetta, também pediu aos parlamentares que alertem sobre propostas que fragilizam o Código Florestal e colocar em risco a proteção de terras indígenas e unidades de conservação.
A coordenadora da Frente Parlamentar em Defesa dos Povos Indígenas, deputada Célia Xakriabá (Psol-MG), defendeu uma mudança urgente na visão sobre a agenda ambiental.
“Muito mais do que uma questão política, o meio ambiente precisa ser visto como uma agenda humanitária neste Congresso Nacional”, alertou o deputado.
Outro organizador da sessão solene na Câmara, o deputado Jadyel Alencar (Republicanos-PI) reconheceu a prioridade global da agenda ambiental e sugeriu “incentivos a iniciativas verdes”.
Representante do Ministério do Meio Ambiente na sessão solene da Câmara, o secretário nacional de Povos e Comunidades Tradicionais e Desenvolvimento Rural Sustentável, Edel Moraes, destacou o “esforço coletivo do Estado” para enfrentar eventos climáticos extremos. Ela também citou ações do governo federal para acelerar o cumprimento das metas de redução das emissões de gases do aquecimento global.
“O governo começou a elaborar a estratégia nacional de mitigação e oito planos sectoriais específicos para reduzir os gases com efeito de estufa noutros sectores da economia. Uma revisão do Plano Nacional de Adaptação também está em construção. Só temos um mundo e precisamos defender a nossa casa comum com ações concretas, mudanças de comportamento e respeito pela legislação”, afirmou.
Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Zavaski anunciou a suspensão das atividades da categoria no dia 5 de junho
O presidente da Associação Nacional dos Servidores Ambientais (Ascema), Cleberson Zavaski, anunciou a suspensão das atividades no dia 5 de junho como forma de pressionar o governo para que atenda às reivindicações de valorização da carreira responsável pela execução da política ambiental do país.
“Reafirmamos, assim como nos tempos nebulosos que passamos no governo anterior, que continuaremos lutando até que nossas justas reivindicações sejam atendidas. Reestruturação agora para toda a área ambiental”, solicitou.
Na Câmara, o Mês do Meio Ambiente também será comemorado com uma exposição sobre os biomas brasileiros e audiências públicas que discutirão temas como o “ponto sem volta” do desmatamento na Amazônia e a natureza como sujeito de direito.
O Dia Mundial do Meio Ambiente foi criado durante a Conferência de Estocolmo em 1972, a primeira reunião de cúpula para debater o impacto prejudicial das ações humanas no equilíbrio ambiental.
Reportagem – José Carlos Oliveira
Edição – Ana Chalub
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