Deputados repercutem suspensão das emendas parlamentares – Notícias

Deputados repercutem suspensão das emendas parlamentares – Notícias


15/08/2024 – 15h27

Marina Ramos/Câmara dos Deputados

Flávio Dino (D) suspendeu execução de emendas parlamentares ao Orçamento

Em discursos no Plenário desde terça-feira, deputados marcaram posicionamentos diferenciados em relação às decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, de suspender a execução de emendas parlamentares ao Orçamento. O presidente do tribunal, ministro Luís Roberto Barroso, marcou para amanhã uma sessão virtual para analisar as três Ações Diretas de Inconstitucionalidade sobre o tema.

As ações foram ajuizadas pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo e pela Procuradoria-Geral da República em relação às chamadas alterações do Pix e pelo Psol em relação às alterações obrigatórias, que são as individuais e as das bancadas estaduais. As alterações Pix, ou transferências especiais, são uma modalidade de alteração individual caracterizada pelo repasse direto de recursos às prefeituras sem necessidade de convênios.

Dino concluiu que o Congresso deve dar mais transparência às alterações do Pix e questionou a obrigatoriedade da maioria das alterações. O ministro decidiu suspender as alterações até que sejam atendidos critérios por ele determinados, mas informou que o pedido de eliminação total das alterações obrigatórias feito pelo Psol ainda será analisado após debates com os partidos. Neste caso, seria discutido se as alterações violam o princípio da “separação de Poderes”.

“Nesta situação, grande parte da discricionariedade inerente à implementação de políticas públicas é retirada das mãos do Poder Executivo, transformando os membros do Poder Legislativo numa espécie de coordenadores de despesas”, afirma Dino sobre a imposição de as alterações.

Mas o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse esta semana que o Congresso é responsável pela elaboração do Orçamento. E defendeu que os parlamentares votem emendas específicas porque são eles que mais conhecem os problemas dos municípios.

Mário Agra/Câmara dos Deputados

Danilo Forte, relator da LDO 2024, lamentou paralisação na execução orçamentária

Aplicação obrigatória
A deputada Adriana Ventura (Novo-SP) disse que sempre fazia perguntas sobre as alterações. “O papel do deputado é fiscalizar o Executivo. Deputado não está aqui para ser ‘consertador’. Poderia fazer parte do trabalho dele, depois que a emenda obrigatória fosse aprovada, mesmo que eu discorde. Agora, não é a única função aqui. R$ 50 bilhões do Orçamento são destinados a emendas parlamentares. Isso é muito, já que o orçamento discricionário do Poder Executivo é super pequeno e espremido”, afirmou.

Mas o deputado Danilo Forte (União-CE), que relatou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024, disse que o Parlamento não deve perder o papel que vem conquistando desde 2015, quando começou o movimento em direção à execução obrigatória de emendas parlamentares. “Não podemos sofrer a paralisia da execução orçamentária em nome da subserviência do Parlamento, em nome da devolução do “dar e receber”, em nome da entrega da conquista mais importante para o municipalismo brasileiro, que são as intervenções diretas na execução orçamentária” , ele defendeu.

As intervenções diretas seriam transferências especiais que têm aumentado ano após ano. Devem ser utilizados principalmente para investimentos e não podem ser utilizados para pagar pessoal.

No relatório da LDO, Danilo Forte buscou até melhorar a execução das alterações, criando prazos para sua divulgação durante o ano. Isso porque, segundo ele, a falta de prazos manteria a troca de apoio político ao governo para a liberação imediata dos recursos.

Filiado ao Psol, partido que questionou as emendas impostas no STF, o deputado Ivan Valente (Psol-SP) disse que as transferências especiais também criaram uma espécie de troca-troca. “Ou seja, com as emendas parlamentares você elege agora o prefeito e, depois, é retribuído com o apoio dos prefeitos ao parlamentar. Então, quase não haverá renovação desta Casa”, explicou.

Mário Agra/Câmara dos Deputados

José Rocha considerou interferência do Poder Judiciário “descabida”

Interferência
Em uma das decisões, o ministro Flávio Dino disse que as emendas obrigatórias criaram a “parlamentarização das despesas públicas” no sistema presidencialista sem o mecanismo de responsabilidade política e administrativa do sistema parlamentar.

Para o deputado José Rocha (União-BA), os parlamentares são representantes da população e já decidiram a natureza das alterações em propostas que foram anexadas à Constituição. “Essa interferência descabida de um membro do Poder Judiciário em relação a esta Casa e às decisões que aqui são tomadas nos traz um grande constrangimento. Representamos o povo brasileiro. Portanto, nossas decisões merecem respeito”, afirmou.

Em sua votação das alterações obrigatórias, que agora serão debatidas no Plenário do STF, Flávio Dino estabeleceu os seguintes critérios para que as alterações sejam executadas:

  • Existência e apresentação prévia de plano de trabalho, a ser aprovado pela autoridade administrativa competente, verificando a compatibilidade do objeto com a finalidade da ação orçamentária, a consonância do objeto com o programa do órgão executor, a proporcionalidade do indicado valor e o cronograma de execução
  • Compatibilidade com a lei de orientações orçamentais e o plano plurianual
  • Entrega efetiva de bens e serviços à sociedade, de forma eficiente, conforme planejamento e demonstração objetiva, implicando um dever de poder da autoridade administrativa quanto à análise do mérito
  • Cumprimento de regras de transparência e rastreabilidade que permitam o controle social dos gastos públicos, com identificação da origem exata da emenda parlamentar e destinação dos recursos, desde a fase inicial de votação até a execução do orçamento
  • Cumprimento de todas as disposições constitucionais e legais que estabeleçam metas fiscais ou limites de gastos.

As emendas parlamentares somam R$ 49,2 bilhões no Orçamento de 2024, ou cerca de um quarto das despesas não obrigatórias. R$ 25 bilhões são pessoas físicas; R$ 8,5 bilhões vêm das bancadas estaduais; e R$ 15,5 bilhões, de comissões permanentes da Câmara e do Senado.

Relatório – Silvia Mugnatto
Edição – Georgia Moraes



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