Deputados e entidades sugerem gasto com saúde e educação fora do arcabouço fiscal – Notícias

Deputados e entidades sugerem gasto com saúde e educação fora do arcabouço fiscal – Notícias


05/06/2024 – 19:12

Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Comissão de Legislação Participativa debateu o tema

Deputados e representantes de entidades ligadas às áreas de saúde e educação defenderam nesta quarta-feira (5), em audiência pública na Câmara dos Deputados, a manutenção do atual piso de investimentos do governo federal nesses setores. Eles sugeriram ainda que essas despesas estão fora dos atuais limites de gastos do governo federal.

O debate foi promovido por Comissão de Legislação Participativa a pedido das deputadas Sâmia Bomfim (SP) e Fernanda Melchionna (RS) e do deputado Glauber Braga (RJ), todos do Psol. Eles temem que o Executivo decida rever a norma constitucional que atualmente destina parte do orçamento federal para gastos com saúde (15% da Receita Corrente Líquida) e educação (18% da Receita Livre de Impostos).

“Acho difícil que isso se baseie no contexto pré-eleitoral que vivemos, mas esta proposta já está a ser pensada para um momento que poderá ser mais oportuno”, alertou Sâmia Bomfim.

O deputado defendeu a aprovação do Projeto de Lei Complementar 62/24, que exclui investimentos mínimos em saúde e educação do novo marco fiscal, conjunto de regras que limita os gastos do governo federal.

Quadro fiscal
De acordo com o quadro fiscal aprovado em 2023, as despesas da União só podem crescer todos os anos numa percentagem inferior às receitas (70% das receitas). Contudo, esta regra não se aplica às despesas com saúde e educação, que podem aumentar proporcionalmente ao crescimento das receitas.

As projeções do governo federal mostram que os pisos das duas áreas totalizarão R$ 336,3 bilhões em 2025 e consumirão 44% do orçamento disponível para todas as despesas não obrigatórias. O percentual subirá para 51% em 2026, 63% em 2027 e 112% em 2028, quando faltariam R$ 12 bilhões para financiamentos e investimentos em outras áreas.

Sem mudanças, o governo federal corre o risco de ficar sufocado e sem recursos para gastos não obrigatórios, como programas sociais – Minha Casa Minha Vida e Auxílio Gás – e ações de prevenção de desastres naturais, como o que atinge o Rio Grande do Sul.

Bruno Spada/Câmara dos Deputados

David Athayde não considera tecnicamente correto vincular receitas a despesas.

Investimento social
Lúcia Lopes, vice-presidente do Sindicato Nacional dos Professores das Instituições de Ensino Superior, criticou qualquer tentativa de controle dos gastos públicos através da redução dos investimentos sociais. “Por que o novo quadro fiscal visa exclusivamente controlar os gastos sociais? Porque é que esta Assembleia não põe fim à isenção do Imposto sobre o Rendimento sobre os rendimentos provenientes de lucros e dividendos? Por que os impostos sobre grandes fortunas não são regulamentados?”, lamentou.

Ela aproveitou o debate para informar que a greve da categoria que exige mais recursos para a educação e a valorização dos trabalhadores já dura 51 dias para os professores e 85 dias para os técnicos.

Julio Cesar Jesien, presidente do Sindisaúde do Rio Grande do Sul, citou os prejuízos ao sistema de saúde do estado devido às enchentes para justificar a necessidade de garantir recursos para o setor. “Não retirar esses dois pisos do quadro fiscal significa menos políticas públicas para todo o país, menos saúde pública, menos Sistema Único de Saúde”, disse.

Quadro fiscal
A deputada Fernanda Melchionna, em pergunta direta ao representante do Tesouro Nacional no debate, quis saber se os pisos da saúde e da educação são compatíveis ou não com o novo marco fiscal. “Você acha que o quadro fiscal é incompatível com os pisos da educação e saúde ou que o quadro funcione caso os pisos atuais sejam alterados na opinião do Tesouro?”, questionou.

Subsecretário de Planejamento Estratégico de Política Fiscal da Secretaria do Tesouro Nacional, David Athayde negou que haja discussão no órgão sobre dissociação de receitas, mas acrescentou que, tecnicamente, não considera correto vincular receitas a despesas.

“Ter um piso que eventualmente vai diminuir porque a receita caiu acaba sendo um absurdo, pois é preciso ter mais recursos para uma situação de crise, exatamente para atender pessoas que não têm mais condições de pagar, por desemprego ou perda real de renda temporária. , financie a sua saúde”, disse.

Relatório divulgado pelo Tesouro Nacional, porém, mostra que flexibilizar os pisos de saúde e educação poderia liberar até R$ 131 bilhões para outras despesas de financiamento e investimentos até 2033.

Reportagem – Murilo Souza
Edição – Georgia Moraes



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