10/07/2024 – 16:32
Mário Agra/Câmara dos Deputados
Reforma tributária está em análise no Plenário
O Projeto de Lei Complementar (PLP) 68/24, que regulamenta a reforma tributária, está em discussão no Plenário da Câmara dos Deputados. Mais de 30 deputados já discutiram a proposta, que define regras para o Imposto sobre Mercadorias e Serviços (IBS), a Contribuição Social sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto Seletivo (IS), todos criados pela reforma.
Deputados da base governamental elogiaram benefícios que a reforma tributária trará, como simplificação e maior justiça tributária. Ó substituto apresentada pelo relator, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), corresponde, em sua maior parte, à versão elaborada pelo grupo de trabalho da Câmara que analisou o tema. O relator, um dos sete parlamentares daquele colegiado, agradeceu aos demais pela colaboração.
O deputado Pedro Campos (PSB-PE) afirmou que a reforma é fundamental para dar dinamismo à economia. “Para garantir, segundo estimativas dos economistas, que nos próximos 10 a 15 anos o Brasil cresça mais de 10% PIBque poderá chegar a 20% em relação a um país que ficará para trás, um hospício fiscal, com enorme complexidade”, afirmou.
Pedro Campos integra outro GT da reforma: o que analisa o PLP 108/24, que trata do Comitê Gestor e da distribuição das receitas do IBS.
Para o deputado Merlong Solano (PT-PI), a reforma tributária traz um modelo moderno, enxuto, que deixa o Brasil atualizado com o que está acontecendo nas principais economias do mundo. “Vários elementos aqui facilitam e reduzem a carga tributária sobre os setores mais pobres da população. Isso começa com a restituição de impostos para os mais pobres”, disse, referindo-se ao cashback de 100% pela devolução do CBS, a ser recolhido em nível federal. , nas contas de luz, água, esgoto e gás natural.
A versão original da proposta, de autoria do Poder Executivo, previa a devolução de 50%.
Mário Agra/Câmara dos Deputados
Merlong Solano: cashback reduzirá a carga tributária dos mais pobres
O deputado Chico Alencar (Psol-RJ) elogiou aspectos da reforma tributária, como a redução do caráter regressivo do atual sistema sobre o consumo. Mas exigiu reformas em relação aos rendimentos e aos bens. “Queremos que o governo ouse, fiel ao seu compromisso na campanha, que saiu vitoriosa nas urnas”, declarou.
A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) afirmou que o sentido geral da reforma é reduzir impostos, devolver o valor tributado à população com menos recursos e garantir mais equilíbrio e simplificação do sistema tributário brasileiro. Ela defendeu a inclusão dos alimentos ultraprocessados na lista de itens sujeitos ao Imposto Seletivo, além das bebidas açucaradas, já previstas. “Isso está relacionado a 32 doenças e quase 57 mil mortes por ano”, alertou.
Armas
Vários deputados exigiram a inclusão das armas no Imposto Seletivo. Conhecido como “imposto do pecado”, o IS foi criado pela PEC da reforma tributária para tributar produtos com potencial de causar danos à saúde e ao meio ambiente.
A coordenadora da bancada feminina, deputada Benedita da Silva (PT-RJ), afirmou que a tributação de armas e munições visa reduzir a circulação desses itens, protegendo a vida e a integridade física dos cidadãos. “Em 2022, 3.788 mulheres foram assassinadas no Brasil, e armas de fogo foram utilizadas em metade desses casos”, disse ela.
Benedita da Silva apresentou outras reivindicações da bancada, como a redução a zero das taxas de preservativos e DIUs (dispositivos intrauterinos) de cobre. “O acesso a métodos contraceptivos é essencial para a saúde sexual e reprodutiva das mulheres”.
Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
Pauderney Avelino: o projeto regulatório não foi discutido no tempo necessário
O deputado pastor Henrique Vieira (Psol-RJ) afirmou que a não inclusão de armas no imposto gerará uma grande redução tributária para esses itens. “Na prática, cairá de 89,5% para 26,5%. Na prática, as armas de fogo terão a mesma alíquota de flores, fraldas, brinquedos e perfumes. Não faz sentido”, afirmou.
Segundo a organização não governamental Instituto Sou da Paz, citada por Vieira, o Sistema Único de Saúde (SUS) gastou R$ 41 milhões com internações de pessoas vítimas de armas de fogo em 2023.
Avaliações
Alguns deputados da oposição criticaram o texto, mas também a tramitação da proposta que, segundo eles, não permitiu ampla participação da sociedade nas discussões. Para o deputado Pauderney Avelino (União-AM), o texto com 513 artigos não foi discutido no tempo necessário. “Não sou contra a reforma, sou contra [forma de] discussão sobre reforma. Poderia ser melhorado ainda mais se mais segmentos fossem ouvidos. O GT fez ouvidos moucos, não respondeu a quem veio expor seus problemas”, avaliou.
O líder de MinoriaA deputada Bia Kicis (PL-DF), acredita que a reforma tributária não simplificará o sistema e não trará clareza e alívio ao bolso do contribuinte. “Metade da reforma consiste em exceções ao texto porque o texto é muito ruim”, disse ela. Segundo ela, a previsão de que a carga tributária não mudará é apenas um palpite, sem embasamento claro.
O deputado general Girão (PL-RN) exigiu a inclusão do sal de cozinha na cesta básica. “Qualquer animal precisa de sal para sobreviver. Parece que há alguns animais aqui, com duas patas, que não estão colocando sal na cesta de alimentos”, disse. Ele lembrou que 93% da produção de sal do país tem origem no Rio Grande do Norte.
O deputado Daniel José (Podemos-SP) criticou o fato de o grupo de trabalho que discutiu a proposta ser formado em sua maioria por representantes do Nordeste. “É muito fácil perceber que o projeto não é bom quando a representação das maiores economias do país é inexistente”, afirmou.
Os debates continuam no Plenário.
Mais informações abaixo
Reportagem – Tiago Miranda
Montagem – Pierre Triboli
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