29/07/2024 – 09:35
Gustavo Mansur/Palácio Piratini
Prevenir desastres climáticos mobilizou debates na Câmara
Neste primeiro semestre, a Câmara dos Deputados aprovou 98 propostas no Plenário, sendo 64 projetos de lei, 2 propostas de emenda à Constituição, 4 medidas provisórias, 5 projetos de lei complementares, 20 projetos de decreto legislativo e 3 projetos de resolução.
Na área de meio ambiente, um dos destaques foi o Projeto de Lei 4129/21, que estabelece diretrizes gerais para a elaboração de planos de adaptação às mudanças climáticas. A proposta foi transformada em Lei 14.904/24.
De autoria da deputada Tabata Amaral (PSB-SP) e outros, o projeto foi aprovado na forma de substituto do Senado ao texto votado pela Câmara em 2022. Os planos deverão ter versões municipal, estadual e federal, com adoção de soluções baseadas na natureza como parte das estratégias de adaptação, além de monitoramento e avaliação das ações previstas.
As prioridades devem ser estipuladas com base no nível de vulnerabilidade e exposição das populações, setores e regiões aos riscos climáticos.
No caso do plano nacional de adaptação às alterações climáticas, as suas ações e estratégias serão baseadas em evidências científicas, análises modeladas e previsões de cenários, considerando os relatórios científicos do Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPCC). Deve também promover a cooperação internacional.
Prevenção de desastres
Além das propostas aprovadas no Plenário, a Câmara da CCJ aprovou 107 projetos de lei no primeiro semestre de caráter conclusivoque, em princípio, não precisam ser votados no Plenário.
Um desses projetos é o que cria o Sistema Nacional de Informação e Monitoramento de Desastres (PL 1450/15). O objetivo é emitir alertas antecipados de desastres no país. Para conseguir isso, o sistema deve conter, entre outros:
- dados de monitoramento meteorológico, hidrológico e geológico do território nacional; Isso é
- informações do cadastro nacional de municípios com áreas suscetíveis à ocorrência de grandes deslizamentos, inundações repentinas e outros eventos similares.
A rede de recolha de dados deverá abranger a infraestrutura de radares e estações hidrometeorológicas que garantam a cobertura de todo o território nacional.
Defesa Civil
Para aumentar os recursos para prevenção de desastres, a Câmara dos Deputados aprovou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 44/23, que reserva 5% dos valores das emendas individuais dos parlamentares e das emendas de bancada para esse fim. O texto formatado pelo deputado Gilson Daniel (Pode-ES) tramita no Senado.
Os recursos deverão ser utilizados em ações de prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação de desastres previstas na Política Nacional de Proteção e Defesa Civil.
A União deverá transferir os recursos direta e imediatamente aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios, sem necessidade de celebração de acordo e mesmo em caso de inadimplência do ente federativo, sem prejuízo da prestação de contas.
O primeiro signatário da PEC é o deputado Bibo Nunes (PL-RS).
Dinheiro em calamidades
Também aprovado em caráter definitivo pela CCJ, o Projeto de Lei 7.184/14 isenta os municípios atingidos por desastres e calamidades públicas da comprovação do cumprimento do repasse de dinheiro público.
De autoria do deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), o texto enviado ao Senado, pelo deputado Gilson Daniel (Pode-ES), abrange auxílios estaduais ou federais.
Será dispensada a apresentação de certidões de conformidade financeira, prestação de contas de acordos, obrigações de transparência e obrigações constitucionais ou legais.
Relatório – Eduardo Piovesan
Edição – Natalia Doederlein
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