25/10/2024 – 18h07
Marcelo Camargo/Agência Brasil
Cerimônia de assinatura do acordo de renegociação para reparação dos danos causados pela tragédia em Mariana (MG)
Na opinião dos deputados mineiros, o acordo para reparar os danos causados pelo rompimento da barragem da Samarco, em Mariana (MG), representa um momento histórico. O deputado Zé Silva (Solidariedade-MG) destaca que a tristeza permanece, mas agora também há um sentimento de dever cumprido, já que o acordo permitirá reparar pelo menos os danos ambientais e econômicos, “já que a vida não tem preço”. Na tragédia, ocorrida em novembro de 2015, 19 pessoas morreram.
“Progredimos: recursos para pescadores artesanais e agricultura familiar; R$ 1 bilhão para a Agência Nacional de Mineração, que carece de recursos do governo federal para que a mineração seja sustentável e responsável. Então, hoje é um momento especial, não para comemorar, mas para sentir a sensação de dever cumprido”, disse Zé Silva.
Valores
Pelo acordo firmado entre o governo federal, os governos de Minas Gerais e do Espírito Santo e as três empresas envolvidas na tragédia – Vale, BHP e Samarco –, as mineradoras pagarão R$ 132 bilhões para reparar os danos.
Segundo o procurador-geral da União, Jorge Messias, já estão disponíveis R$ 32 bilhões. Este montante será utilizado principalmente para pagar indemnizações à população afectada.
O acordo prevê que agricultores e pescadores artesanais receberão R$ 95 mil. Pessoas da região afetada que não conseguiram provar judicialmente que foram afetadas pelo rompimento da barragem receberão R$ 35 mil. O governo estima que cerca de 300 mil pessoas serão beneficiadas.
O pescador artesanal Manuel Bueno queixa-se de que esta indemnização é insuficiente para reparar os danos sofridos pelos atingidos. “Estamos há nove anos sem receber nada. E quando você vê falar em indenização de R$ 95 mil, nossas embarcações são sucateadas, nossa saúde não está muito boa. Não estamos felizes, para aqueles de nós afetados, não está respondendo. Talvez sirva muito bem aos governadores e ao poder público, mas para nós atingidos ainda não é suficiente”, afirmou.
Supervisão
Para o deputado Rogério Correia (PT-MG), o principal avanço do acordo foi obrigar as empresas a repassar o dinheiro ao governo, que ficará responsável por atender às demandas da população atingida. Rogério Correia garantiu ainda que a Câmara irá fiscalizar o cumprimento do acordado.
“Continuaremos nosso trabalho, garantindo que cada ponto do acordo seja cumprido, desde a remuneração individual até o saneamento básico, a criação de uma universidade na região, questões de saúde – muitos estão doentes, e o câncer é uma grande preocupação depois que as pessoas comeram peixe envenenado pelo minério, assim como pela água. Tudo isso precisa ser monitorado”, afirmou.
Fred Loureiro/Secom-ES
Lama tóxica se espalha no Rio Doce após rompimento da barragem da Samarco
Prevenção
O deputado Padre João (PT-MG) disse esperar que o acordo sirva de exemplo para as empresas de que investir em prevenção é melhor do que gastar em reparos. Ele afirma que as mineradoras não gastariam nem 1% do valor acordado para evitar a tragédia.
O deputado também exigiu que o Judiciário punisse os responsáveis pelo crime. “O Judiciário continua endividado, porque foi crime e ninguém foi preso. Então, por um lado, na política, o acordo resolveu. Mas agora, que tal reparar o crime, os 19 mortos, a morte de um rio, a restrição das atividades econômicas, milhares de pessoas na bacia do Rio Doce, as casas perdidas?”, questionou.
Gestão de recursos
Pelo acordo firmado, as mineradoras repassarão os R$ 100 bilhões restantes ao governo federal ao longo de 20 anos. O dinheiro será administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) através de um fundo específico. Além de atender os atingidos, esse valor também será destinado a ações de recuperação ambiental, obras de saneamento e melhorias em rodovias.
O governo também destinará R$ 5 bilhões ao Fundo Popular da Bacia do Rio Doce. Segundo o procurador-geral da União, Jorge Messias, essa foi uma reivindicação dos movimentos sociais da região. Messias afirmou que estes recursos financiarão projetos apresentados pelas comunidades locais.
Ainda no que diz respeito à recuperação ambiental, o acordo prevê que as empresas terão que retirar 9 milhões de metros cúbicos de resíduos dos rios afetados, recuperar 54 mil hectares de mata nativa e 5 mil nascentes na bacia do Rio Doce.
Relatório – Maria Neves
Edição – Ana Chalub
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