A Defensoria Geral do Estado de São Paulo anunciou, em audiência pública da comissão externa da Câmara dos Deputados que acompanha as investigações do acidente com o avião Voepassum programa de compensação consensual para as famílias das vítimas. O debate foi realizado nesta terça-feira (26).
Em agosto deste ano, a aeronave ATR 72-500, da Voepass Linhas Aéreas, caiu perto de Vinhedo, no interior de São Paulo. As 62 pessoas a bordo morreram. O voo 2283 partiu de Cascavel, no Paraná, com destino ao aeroporto de Guarulhos. A aeronave perdeu repentinamente potência e altitude e caiu.
A defensora pública geral do Estado de São Paulo Luciana Jordão explicou que o órgão tem trabalhado para garantir que os direitos das vítimas e de seus familiares sejam respeitados e protegidos. Ele anunciou esta semana que será apresentado um programa de reparação consensual, na esfera jurídica e administrativa.
“Não completamos nem quatro meses do acidente e já estamos aqui trazendo, de forma muito transparente para a comunidade, mais do que tudo, para as famílias, uma alternativa para rápida reparação dos danos sofridos, tanto morais quanto materiais” , ele afirmou.
Acrescentou que, embora nada possa minimizar as perdas, a missão do defensor é agir dentro da estrita legalidade para oferecer o melhor serviço e apoio público possível e “alternativas de reparação rápida, rápida, eficaz e célere a estas famílias”.
Melhorar a legislação
O presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Tiago Souza Pereira, elogiou o esforço coletivo das autoridades paulistas para garantir que os familiares das vítimas sejam indenizados rapidamente. Ele afirmou que a legislação precisa ser ampliada para que a agilidade institucional funcione também em situações futuras.
“Nós da Anac temos uma legislação que obriga a empresa a ter planos de emergência, contingência e assistência às vítimas”, afirma.
Ele explicou que todos os procedimentos realizados após o acidente são regulamentados e funcionários da Anac fiscalizam a companhia aérea. “Mas isso não basta. A nossa competência, a nossa competência jurídica para regular, vai até à companhia aérea, ao operador aéreo. Há todo um processo de coordenação institucional, intergovernamental, da União e do Estado, que é importante ser feito para que ocorra o atendimento às famílias das vítimas”, explica.
Segurança da aviação
O relator da comissão externa, deputado Padovani (União-PR), lembrou que um dos focos de atuação da comissão é aprimorar a legislação relativa à segurança da aviação civil brasileira.
“Precisamos padronizar as ações para que, quando ocorrer uma tragédia, a forma de investigação ou as soluções propostas à população não sejam diferentes entre si, fazendo com que a implementação da justiça seja adiada”, afirmou.
O parlamentar informou que, na próxima semana, será realizada uma reunião para colher sugestões de legislação a ser proposta. Sua expectativa é que a proposta seja votada até o ano que vem.
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