As idas e vindas em relação ao lançamento de alterações da comissão liderado pelo ministro Flávio Dinode Supremo Tribunal Federalgerou dúvidas dentro do governo Lulaque arrecadou valor bem acima do autorizado a ser penhorado aos parlamentares.
No último domingo, 29, Dino emitiu parecer aprovando parcialmente o compromisso das alterações da comissão. Numa decisão repleta de críticas à falta de transparência no pagamento dos fundos públicos, que chamou “bagunça” que merece investigação Polícia Federalo ministro liberou parcialmente os recursos que estavam empenhados até 23 de dezembro, alegando que o objetivo era evitar a insegurança jurídica.
No dia seguinte, os assistentes palacianos apressaram-se a recolher as verbas já comprometidas até aquela data. De um total de 4,2 bilhões de reaisconcluiu-se que 1,7 bilhão em projetos seria alcançado com a decisão – ou seja, 40% do total seria autorizado para pagamento. Os recursos seriam vinculados aos ministérios do Turismo, Cidades, Saúde, Esportes, Integração e Agricultura.
Ela mesma Procurador Geral da União (AGU), responsável por orientar outros órgãos governamentais sobre a decisão judicial, teve essa interpretação inicial. Foi elaborado um parecer nesse sentido e, antes de ser publicado, foi submetido à equipa do Dino.
Mas, para surpresa do órgão, os interlocutores do magistrado informaram que a tesouraria seria geral e afetaria até projetos empenhados antes de 23 de dezembro que tivessem o registro de indicação assinado pelos líderes partidários.
Exceção só se aplica à saúde
Nas negociações, foi levantado que o despacho de Dino impactaria no valor mínimo que deve ser destinado à saúde, aumentado por meio de emendas de deputados e senadores.
A AGU enviou parecer ao STF afirmando que foi “essencial” o compromisso de pelo menos 370 milhões de reais cumprir o mínimo constitucional de saúde. E, citando “dúvidas razoáveis” sobre as divulgações autorizadas, ele instruiu os órgãos governamentais a reter o restante das alterações do comitê.
Em nova decisão proferida em 31 de dezembro, Dino acatou o pedido de liberação do orçamento para a saúde – que corresponde a 8% do total represado – e destacou que todos os outros pedidos de liberação são nulos e sem efeito.
Dino também aproveitou para criticar o formato das emendas e disse que a necessidade de liberação de recursos para a saúde “mostra uma preocupante dependência de gastos vinculados a emendas parlamentares”.
Ele acrescentou que nas atuais circunstâncias as alterações “não se articulam com as ações previstas nos órgãos gestores do SUS [Sistema Único de Saúde]”. “Pelo contrário, prevaleceu o caráter fragmentário das alterações, mesmo sem levar em conta indicadores objetivos de saúde, além dos terríveis casos de desvios de conduta já identificados ou ainda sob investigação”, afirmou Dino.
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