Debatedores pedem pressa na disponibilidade de medicamentos contra câncer de mama no SUS – Notícias

Debatedores pedem pressa na disponibilidade de medicamentos contra câncer de mama no SUS – Notícias


20/06/2024 – 18:26

Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Especialistas e deputados avaliaram a política de combate ao câncer de mama

Especialistas consultados pela Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados denunciaram que medicamentos eficazes contra o câncer de mama não estão sendo disponibilizados em tempo hábil pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo depoimentos, as mulheres doentes ficam desassistidas e podem morrer por falta desses medicamentos. Representantes dos governos estadual e federal afirmam que uma nova política está em análise e deve melhorar a situação.

A presidente do Instituto Oncoguia, ONG voltada à qualidade de vida de pacientes com câncer, Luciana Holtz, afirmou que as tecnologias incorporadas pelo SUS deveriam estar disponíveis em todos os hospitais, mas o que acontece é apenas uma recomendação, o que gera diferenças na oferta do SUS em todo o país.

A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias ao SUS (Conitec) aprovou em abril novos protocolos clínicos para câncer de mama. No caso dos inibidores de ciclina, o atraso ultrapassou 745 dias entre a autorização para uso no SUS, feita em dezembro de 2021, e a prestação do atendimento. Outro medicamento, chamado trastuzumabe emtansina, foi incorporado em setembro de 2022, mas já aguarda há 470 dias sem ser oferecido no SUS.

“Só neste ano, em 2024, mais de 2 mil mulheres estão perdendo a chance de fazer o tratamento mais eficaz para o seu caso. A gente já sabe, é um tratamento menos tóxico, seguro, eles estão perdendo a chance de não ter recidiva do câncer, estão perdendo a chance de serem curados”, disse Luciana Holtz.

Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

Joana Jeker: os valores estão desatualizados

Valor desatualizado
Outro problema relatado é que a incorporação de medicamentos não é acompanhada de atualização do valor desses medicamentos na Autorização de Procedimentos Ambulatoriais (Apac) e os hospitais não conseguem arcar com os novos custos e novos protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas (PCDT), conforme alertado pela representante da Federação Brasileira das Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), Joana Jeker.

“Esses medicamentos atualmente são cobertos pela Apac, que reembolsa os hospitais com apenas R$ 2.378,00. O valor desta APAC é insignificante. E o custo desse medicamento gira em torno de R$ 12 mil. A conta não fecha. Muitos pacientes não têm acesso ao medicamento porque o valor da Apac está desatualizado”, afirmou.

Joana Jeker pediu a aprovação de um projeto de lei complementar (PLP 65/24), do deputado Weliton Prado (Solidariedade-MG), que destina 4% dos recursos da saúde para ações de combate ao câncer, doença que é a segunda que mais mata no Brasil e deverá se tornar a principal causa de morte até 2030.

O representante da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, Romualdo Barroso, lembra que 80% dos pacientes brasileiros dependem do SUS.

Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

Vinícius Augusto Guimarães, representante do TCU

Gastos e resultado
O assessor técnico do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Henrique Vogado, considerou o intervalo entre o relatório da Conitec e a incorporação de medicamentos, porque além de recursos é preciso ter tecnologia e estrutura na rede hospitalar.

“Temos acesso a dados do DataSUS e do movimento Todos Contra o Câncer, que demonstram que, ao longo de 2022, considerando quimioterapia, incluindo medicamentos, gastos com medicamentos, radioterapia, internações e cirurgias, foram gastos no SUS no tratamento do câncer de mama . mama R$ 1,1 bilhão, considerando todo o processo, desde o diagnóstico até o resultado final da pessoa em tratamento”, disse. Para ele, há divergência entre o valor gasto e o resultado.

Mas os recursos poderiam ser menores, segundo o vice-chefe do Tribunal de Contas da União (TCU), Vinícius Augusto Guimarães, se não houve demora no diagnóstico e na realização dos exames.

“O resultado disso é que um percentual enorme de pacientes chega e inicia o tratamento com níveis de estadiamento 3 e 4. Então, como foi dito pelos colegas antes de mim, com isso o custo do tratamento aumenta significativamente e a chance de cura é muito grande. reduzido. “, ele notou.

Novo protocolo
A coordenadora-geral da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer do Ministério da Saúde, Patrícia Gonçalves Freire dos Santos, afirmou que o novo protocolo clínico do câncer de mama está prestes a ser publicado. Segundo ela, o ministério trabalha em conjunto com o TCU para montar um plano de ação para oncologia.

O Instituto Oncoguia defende a regulamentação da lei que institui a Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer no âmbito do SUS e o Programa Nacional de Navegação de Pessoas com Diagnóstico de Câncer (Lei 14.758/23). A lei é de dezembro de 2023 e entrou em vigor 180 dias após a sua publicação, ou seja, este mês.

O debate sobre o acesso aos medicamentos contra o câncer no SUS foi solicitado pelos deputados Doutor Luizinho (PP-RJ) e Dr. Frederico (PRD-MG), que fizeram uma comparação com a pandemia da Covid-19.

“A pandemia de Covid matou cerca de 700 mil brasileiros. No mesmo período, o câncer, essa doença silenciosa que as pessoas fingem não existir, que ninguém vê nos jornais, ninguém fala dos problemas, matou 750 mil pessoas no mesmo período. Então vemos o tamanho do impacto do câncer e quão pouca relevância ele precisa e merece ter”, disse Dr. Frederico.

Reportagem – Luiz Cláudio Canuto
Montagem – Roberto Seabra



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