Contenção de danos nas eleições municipais deste ano

Mesmo que Eduardo Paes (PSD) insista em manter pura a sua chapa, dificilmente o PT deixará de apoiá-lo na sua candidatura à reeleição. Isso porque os petistas querem evitar a repetição do cenário de 2004, quando o Partido dos Trabalhadores insistiu em lançar um mar de candidaturas pelo país e, do ano seguinte, quando estourou o escândalo do Mensalão, justamente relacionado ao financiamento de campanhas e O governo Lula foi obrigado a abrir mão de muito espaço no governo para evitar que os problemas se agravassem. Desta vez, o PT quer evitar abrir mão de espaço de poder além daquele que abriu mão e, como bônus, não deixar passar a ideia de que não é parceiro de aliados que apoiaram Lula.
E vale lembrar: no Rio de Janeiro, há 20 anos, o petista Jorge Bittar terminou a eleição municipal em quinto lugar e o prefeito Cesar Maia, à época do PFL, adversário do PT, foi reeleito no primeiro turno. Pelas pesquisas de hoje, Paes segue o mesmo caminho de César Maia, rumo à reeleição. Diante dessa situação, o PT se movimenta para evitar danos futuros e se posicionar como parceiro da vitória.

Romance sem fim

A pressão do governo e dos matadouros para retirar o imposto sobre a carne também mobilizou o setor pesqueiro. As associações do setor farão um movimento nos próximos dias em partidos que buscam a alíquota zero. A tendência é que a inclusão de qualquer produto além do que já está disponível acabe atraindo outros.

Recuar para vencer

Embora o presidente da Câmara, Arthur Lira, tenha dito que a votação da proposta de emenda constitucional que prevê anistia aos partidos que não cumpriram as cotas para mulheres e negros será adiada para agosto. Mas há quem defenda que é aguardar o fim do processo eleitoral. No final do ano, em meio a tantas votações, fica mais fácil aprovar esse tema.

A cara da direita brasileira

Deputados conservadores presentes em Santa Catarina contam à coluna que, em seu primeiro dia, a conferência conservadora CPAC Brasil serviu para reforçar a posição do ex-presidente Jair Bolsonaro como o grande motor da direita no Brasil. Mesmo sendo inelegível e indiciado, ele ainda detém os votos. Resta saber se ele conseguirá transferir esses bens para um candidato em 2026.

A “nova cloroquina”

Entre os economistas ortodoxos que criaram o Plano Real, há uma comparação entre a resistência às vacinas durante a pandemia com as dificuldades de enxergar problemas fiscais. Em conversas privadas, esse grupo comenta que a negação do déficit fiscal é tão grande que parece uma nova cloroquina com risco de trazer a inflação de volta.

*Rosana Hessel colaborou