30/10/2024 – 19:11
Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
Glauber Braga, no Conselho de Ética
Três testemunhas prestaram depoimento no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara no caso contra o deputado Glauber Braga (Psol-RJ). O deputado é acusado pelo Partido Novo de quebrar decoro parlamentar por ter expulso da Câmara o integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) Gabriel Costenaro no dia 16 de abril, com empurrões e chutes.
Costenaro participou de manifestação de apoio aos motoristas de aplicativo durante audiência pública para debater a proposta que regulamenta a profissão (PL 12/24). Ele foi uma das testemunhas ouvidas nesta quarta-feira (30).
Glauber Braga perguntou a Costenaro como ele chegou à Câmara naquela ocasião e quem autorizou seu ingresso na Câmara. Ele disse que veio passear com motorista de Uber para acompanhar a discussão do projeto de interesse da categoria e que entrou com autorização da deputada Adriana Ventura (Novo-SP).
O deputado perguntou ao militante do MBL quantas vezes ele o abordou com um “gravador” insultando sua mãe, que estava com problemas de saúde (e faleceu algum tempo depois). O ativista não soube dizer. “Se você não sabe quantas vezes fez isso, me leva a imaginar que não foi só uma, ou duas, ou três vezes, na verdade você perdeu a conta de quantas vezes veio me encontrar com um gravador”, disse Glauber Braga.
O deputado Chico Alencar (Psol-RJ) também questionou a testemunha sobre as abordagens ostensivas que costuma fazer nas dependências da Casa.
Costenaro negou ter vindo à Câmara com esse objetivo. “Essa é uma situação que você está tirando do contexto, porque não vim aqui com essa intenção”, respondeu. Costenaro disse que é remunerado pelo Movimento de Renovação Liberal, entidade que administra os recursos do MBL, e que realiza “gravação “funções. e edição de vídeos ou monitoramento de ativistas em diversas situações políticas”.
Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
Gabriel Costenaro, ativista do MBL
Ele afirma ter sido agredido por Glauber Braga: “Ele se aproxima de mim e começa a me questionar ali mesmo até o momento em que falo da mãe dele e ele me ataca.
Kim Kataguiri
A representação também cita ofensas e agressões de Glauber Braga ao deputado Kim Kataguiri (União-SP), que também é do MBL e na ocasião acompanhava o ativista agredido. Na discussão, Glauber Braga teria defendido a “aniquilação dos liberais e dos fascistas”.
Em seu depoimento, Kim Kataguiri afirmou que foi até a sala da Polícia Legislativa para acompanhar os fatos e que, na discussão, Glauber Braga o acusou de defender o nazismo. “E então eu contra-ataco dizendo que vou processá-lo e que ele será condenado. Foi assim que esta discussão começou. Até o momento em que Glauber Braga me agride e tem que ser retido pela Polícia Legislativa”, disse.
Nesta quarta-feira, o deputado Alberto Fraga (PL-DF), presidente da Comissão de Segurança Pública, também foi ouvido sobre o comportamento de Glauber Braga no colegiado. A comissão é formada majoritariamente por deputados da oposição e, segundo Fraga, Glauber Braga já se envolveu em discussões acaloradas que “quase resultaram em agressões físicas”.
O presidente do Conselho de Ética, Leur Lomanto Júnior (União-BA), discutirá com o relator do caso, deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), o cronograma para novos depoimentos.
Reportagem – Luiz Cláudio Canuto
Edição – Georgia Moraes
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