Conselho cobra mais inclusão e privacidade para nova televisão digital – Notícias

Conselho cobra mais inclusão e privacidade para nova televisão digital – Notícias


12/03/2024 – 11h30

Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Conselho de Comunicação Social reuniu-se nesta segunda-feira (2)

Na opinião dos membros do Conselho de Comunicação Social (CCS), o desenvolvimento de uma nova geração de televisão digital necessita de garantir a inclusão de todos os telespectadores e a privacidade das informações partilhadas pelos utilizadores. O colegiado do Congresso Nacional se reuniu com especialistas nesta segunda-feira (2).

A chamada TV 3.0 ou DTV+ deverá entrar em operação em dois anos. Nesse novo sistema, as emissoras abertas teriam ícones incluídos no menu de aplicativos dos aparelhos de televisão e poderiam ser acessadas como plataformas de conteúdo sob demanda.

O presidente do CCS, Miguel Matos, disse temer que as pessoas menos habituadas ao ambiente digital acabem excluídas do processo. “Esses mecanismos são difíceis para quem não nasceu nesta geração. Tudo ali me pareceu difícil”, disse, após assistir à demonstração de um projeto piloto de DTV+.

Para o conselheiro João Camilo Júnior, representante das emissoras de televisão, o novo sistema deverá garantir o “destaque” do serviço de televisão aberta. Ele defendeu que o controle remoto dos futuros aparelhos tenha um botão específico para acessar o serviço. “O acesso precisa ser facilitado para que nossa tia, nossa mãe ou nosso avô possam usar o controle e acessar a programação de forma simples”, recomendou.

A integrante do Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre (SBTVD) Ana Eliza Faria garantiu que o sistema facilitará o acesso ao conteúdo dos canais abertos. A SBTVD é responsável pelo desenvolvimento do novo modelo.

“Hoje é um desafio para o telespectador saber onde está a TV aberta. O que está sendo proposto para a TV 3.0 é um ícone de fácil reconhecimento e sempre visível na tela inicial do aparelho. ambiente de TV aberta através do controle remoto”, explicou

“Bolhas”
A vereadora Maria José Braga, representante dos jornalistas, destacou a preocupação de que os dados compartilhados pelos usuários no sistema sejam utilizados pelas emissoras para gerar “bolhas de conteúdo”. “Dá para garantir publicidade com alto direcionamento. Mas debate público, não. Estamos vendo pessoas fechadas em seus círculos, sem se abrirem para o debate de ideias e posicionamentos”, ponderou.

O coordenador do Grupo de Trabalho de Codificação de Aplicações do Fórum SBTVD, Marcelo Moreno, defendeu que o modelo que está sendo desenvolvido no Brasil garante registros padronizados de privacidade.

“A TV 3.0 é um ambiente rico em dados para personalização, que vão desde hábitos de visualização até preferências baseadas em localização. Garantir a privacidade dos telespectadores é vital para manter a confiança e encorajar o envolvimento contínuo”, disse ele.

‘Desvantagem competitiva’
O diretor da Agência Nacional de Cinema (Ancine), Paulo Alcoforado, avalia que a TV brasileira está “em posição de desvantagem competitiva” em relação ao streaming. Para ele, o novo modelo deverá buscar mais equilíbrio entre os dois serviços.

Para Sergio Santoro, coordenador do Fórum Módulo de Mercado do SBTVD, o atual modelo de TV aberta não pode competir com as plataformas e a DTV+ é uma forma de a radiodifusão não perecer.

Da Agência Senado
Edição – Rachel Librelon



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