Publicado em maio, o Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que propõe o fim da jornada de trabalho com seis dias de plantão e um dia de folga por semana ganhou força nos últimos dias nas redes sociais. A onda começou no dia 6, quando o proponente, deputado Érika Hilton (PSOL-SP), falou sobre o assunto no X. Nesta segunda-feira, 11, foi um dos assuntos mais comentados do antigo Twitter.
A estratégia foi um movimento deliberado de parlamentares do governo e perfis do chamado campo progressista para retroalimentar o assunto nas redes sociais. A ideia é mudar o eixo da agenda do emprego. Segundo a autocrítica feita por algumas alas da esquerda, um dos pontos que levou ao fracasso nas eleições entre as classes populares foi a falta de renovação de propostas para a classe trabalhadora.
Por outro lado, entre os parlamentares, a onda nas redes sociais visa pressionar os parlamentares para que agilizem a tramitação do texto. Pelo menos neste ponto, o plano mostrou-se eficaz. A proposta precisa do apoio de 171 deputados para avançar – no sábado, dia 9, foram 79 assinaturas e, nesta segunda-feira, o número de apoiadores ultrapassou a centena.
O que diz a PEC
O regime de trabalho 6×1 não está previsto na legislação trabalhista, mas é interpretado com base na regra geral de 8 horas de trabalho por dia, que acrescidas de duas horas extras, equivale a uma jornada de trabalho de até 44 horas por dia. semana. , além da concessão de um dia de folga a cada seis dias de serviço. A proposta quer mudar a Constituição para 36 horas semanais, com quatro dias semanais.
O texto se baseia na proposta do Movimento Vida Além do Trabalho, liderado pelo deputado eleito no Rio de Janeiro pelo PSOL, Ricardo Azevedo. Uma petição online sobre o tema já conta com quase 1,6 milhão de assinaturas pedindo o fim da jornada 6×1.
Segundo Pedro Azevedo, especialista em questões trabalhistas do Coscione Advogados, o texto ainda é vago e deve sofrer alterações no Congresso. Ele diz que o artigo, por si só, não defende exatamente o fim da jornada de trabalho de seis por um, mas uma proposta ainda mais ousada, de três dias de descanso semanais e quatro dias de trabalho. A proposta diz respeito aos empregados em regime CLT.
“A ideia é que isso seja, pelo menos, discutido perante a sociedade sobre como a jornada de trabalho dos brasileiros pode ser alterada ou reduzida”, analisa Azevedo.
Ele alerta ainda que as mudanças não aconteceriam “da noite para o dia”. Caso tenha sucesso no Legislativo, o texto ainda passaria por uma série de comissões tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado, o que levaria mais de 90 dias. Além disso, o próprio texto da Emenda à Constituição diz que a lei entraria em vigor um ano após a aprovação.
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