11/12/2024 – 10h36
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Os recentes cancelamentos de planos coletivos despertaram a necessidade de debate
A Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados realiza nesta quarta-feira (13) audiência pública sobre as recentes rescisões unilaterais de planos de saúde. O debate atende ao pedido dos deputados Leo Prates (PDT-BA), Eduardo da Fonte (PP-PE), Alice Portugal (PCdoB-BA) e Fernanda Pessoa (União Brasil-CE).
A reunião está marcada para as 17 horas, no plenário 7.
A audiência será interativa, veja quem foi convidado e envie suas dúvidas
Esses cancelamentos afetam planos de saúde de adesão coletiva, quando sindicatos, associações e cooperativas contratam o serviço para seus associados e dependentes. Isso porque os planos individuais ou familiares só poderão ser cancelados pela operadora caso haja fraude ou inadimplência.
“O direito da operadora de rescindir contratos e cancelar planos deve ter limites estabelecidos pela legislação”, afirma o deputado Leo Prates.
‘Falso plano coletivo’
“O grande problema que a ANS não está enfrentando de forma adequada é o chamado ‘falso plano coletivo’”, critica o deputado Eduardo da Fonte. “[Nesses casos]a operadora, em vez de celebrar um contrato com um consumidor individual, utiliza associações fictícias. Ele faz isso para ter maior liberdade de reajustar as mensalidades e poder cancelar o contrato unilateralmente.”
Nos planos coletivos de adesão, os reajustes não são regulamentados pela ANS. “E são ignoradas as proteções da Lei dos Planos de Saúde”, acrescenta o deputado.
Em 2009, a ANS aprovou nova resolução (195/09) para coibir o falso plano coletivo e passou a exigir comprovação de associação. A medida, segundo Eduardo da Fonte, não foi suficiente.
“Primeiro, porque a norma que exige vínculo entre o contratante e a suposta associação só tem força executiva a partir da resolução de 2009”, lamenta. “Em segundo lugar, porque a resolução transfere a responsabilidade de monitorização do falso plano coletivo para as operadoras, que não têm interesse em coibir esta prática”, acrescenta.
Supervisão Legislativa
A deputada Alice Portugal exige acções do Parlamento. “É dever do Poder Legislativo zelar pelo cumprimento da legislação que rege o setor de saúde suplementar e defender os milhões de famílias que sofrem abusos constantes nos momentos em que mais precisam do apoio do plano de saúde pelo qual pagam mensalidades exorbitantes .”
A deputada Fernanda Pessoa quer esclarecimentos sobre os cancelamentos de planos de saúde de pessoas do espectro autista e com doenças raras.
Em junho, representantes das pessoas com deficiência reunidos na Câmara pediram solução definitiva para os cancelamentos unilaterais, pelas operadoras, de planos de saúde para pessoas com deficiência e doenças graves.
Do Editor – ND
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