06/04/2024 – 19h55
Bruno Spada/Câmara dos Deputados
Ricardo Salles, relator da proposta na CCJ
Em reunião tensa, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados discutiu a proposta que criminaliza a posse e porte de qualquer quantidade de drogas. O texto já foi aprovado no Senado e agora tramita na CCJ, que analisa a admissibilidade da proposta.
De acordo com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 45/23), deve ser definido, de acordo com as provas, se a pessoa flagrada com drogas será acusada de tráfico ou será enquadrada apenas como usuário.
Hoje, a Lei Antidrogas considera crime comprar, armazenar, transportar ou trazer drogas para consumo pessoal, com penas como alertar sobre os efeitos das drogas e prestar serviços à comunidade.
Se a proposta for aprovada, a criminalização do usuário passa a fazer parte da Constituição, que está acima do Lei Antidrogas.
A análise da PEC ganhou força no Congresso depois que o Supremo Tribunal Federal começou a discutir a descriminalização do porte de pequenas quantidades de maconha. O placar no STF foi de 5 a 3 a favor da descriminalização quando um ver solicitação suspendeu o julgamento em março deste ano.
Nesta terça-feira (4), o relator da proposta na CCJ, deputado Ricardo Salles (PL-SP), leu seu parecer no qual defende a admissibilidade do texto. Em seguida, um pedido de revisão adiou a discussão e votação do texto para a próxima semana.
Para o deputado Chico Alencar (Psol-RJ), encarcerar usuários “é burrice”. “Colocar a punição às drogas na Constituição, o caráter repressivo que isso deve ter, exige uma discussão sobre a histórica política de repressão e guerra às drogas, que fracassou no mundo e no Brasil. O que vemos é que isso aumenta permanentemente o consumo. Encarcerar usuários é estúpido”, disse ele.
Já Marcos Pollon (PL-MS) disse que, como estão as regras hoje, a questão não pode ser resolvida. “É preciso que haja repressão aos traficantes e também aos usuários para desestimular o uso das drogas, que destroem a sociedade brasileira. Isso é câncer”, afirmou. Segundo ele, o Brasil sempre tratou o assunto como um problema de saúde pública. “E não resolve. O que resolve é a inibição através da repressão. Só consigo conceber dois tipos de pessoas que defendem a liberação de drogas: ou são traficantes ou são usuários”, acredita.
O deputado Welter (PT-PR) tem opinião contrária. “É preciso garantir que o utente seja tratado e cuidado. Agora eles vão colocar você na cadeia? Para ele ficar ainda pior? A nossa Comissão de Constituição e Justiça está a prestar, na minha opinião, um mau serviço. Querem encher os presídios de inocentes que muitas vezes não têm ligação com crimes e fazer do simples usuário de maconha como se fosse um crime bárbaro”, destacou.
Aumento da criminalidade
O relator, Ricardo Salles, argumentou que os usuários são os responsáveis pelo crescimento da criminalidade. “Os consumidores de droga são os principais responsáveis pela manutenção e crescimento do crime de tráfico de droga, bem como de outros crimes com ele relacionados”, argumentou. Disse ainda que os usuários contribuem para outros crimes, como tráfico de armas, prostituição, formação de gangues, lavagem de dinheiro e homicídios. “É claro que, por não ser crime, não haverá desincentivo para o usuário deixar de adquirir a droga ilícita e, consequentemente, esse ciclo vicioso não será interrompido”, explicou.
Caso a proposta seja aprovada para admissibilidade pela CCJ, ainda precisará ser analisada por uma comissão especial, e pelo Plenário da Câmara, em dois turnos de votação.
Reportagem – Paula Moraes
Edição – Ana Chalub
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