12/11/2024 – 14h44
Mário Agra/Câmara dos Deputados
Renan Ferreirinha recomendou aprovação da proposta, com alterações
A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados aprovou projeto que proíbe estudantes de usarem celulares e outros aparelhos eletrônicos portáteis em escolas públicas e privadas, inclusive nos recreios e intervalos entre aulas. A proibição vale para o ensino básico: educação infantil, ensino fundamental e médio.
A proposta foi processada em caráter conclusivo e poderá seguir para o Senado, salvo se houver recurso para votação no Plenário da Câmara.
O relator, deputado Renan Ferreirinha (PSD-RJ), apresentou parecer favorável ao substituir da Comissão de Educação ao Projeto de Lei 104/15, do deputado Alceu Moreira (MDB-RS).
Exceções
É permitido o uso de celular:
- em situações de “estado de perigo, necessidade ou força maior”;
- garantir os direitos fundamentais;
- para fins estritamente pedagógicos, em todos os anos do ensino básico; e
- garantir acessibilidade, inclusão e atendimento às condições de saúde dos estudantes.
O relator suprimiu o trecho que proibia o porte de celular em estabelecimentos de ensino.
Exemplo do Fluminense
Renan Ferreirinha afirmou que a proposta segue o exemplo de sucesso do Rio de Janeiro. “Estamos falando de algo que está destruindo a infância de nossos filhos”, disse ele. “A escola precisa de regras e queremos que a tecnologia seja utilizada de forma consciente e responsável”, argumentou.
Avaliações
O texto foi criticado por alguns deputados da ala mais conservadora. Para a deputada Julia Zanatta (PL-SC), o celular pode ser utilizado pelos estudantes como meio de comprovação.
“Sabemos que há doutrinação nas escolas. Alunos que são vítimas de professores que não ensinam matérias e que fazem proselitismo político”, afirmou. “Com esta proposta, o celular passa a ser um meio de prova ilegal”, lamentou.
Saúde mental
O texto aprovado determina que as escolas desenvolvam estratégias para abordar a saúde mental dos alunos da educação básica, fornecendo-lhes informações sobre riscos, sinais e prevenção de sofrimento psíquico, incluindo o uso imoderado de celulares.
As redes de ensino também devem oferecer treinamentos periódicos para detectar, prevenir e abordar sinais sugestivos de sofrimento mental e efeitos nocivos do uso imoderado de telas e celulares.
Os estabelecimentos de ensino devem disponibilizar espaços de escuta e acolhimento para receber alunos e funcionários que estejam em sofrimento psíquico, principalmente decorrente do uso excessivo de telas.
Reportagem – Paula Moraes
Edição – Natalia Doederlein
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