23/01/2025 – 18:17
Mário Agra/Câmara dos Deputados
Laura Carneiro, relatora: “O benefício incentiva o investimento privado”
A Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 1.064/24, que prorroga até o final de 2029 o prazo para utilização do Regime Especial de Tributação para o Desenvolvimento da Atividade de Exibição Cinematográfica (Recine), visando a expansão e modernização do mercado brasileiro parque de cinema para cidades menores. A proposta altera o Lei 13.594/18.
Pelo regime, as compras no mercado interno ou por importação para implantação ou modernização de cinemas ficam isentas de PIS, Cofins, Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e Imposto de Importação (II).
O projeto
Pela proposta, a Agência Nacional do Cinema (Ancine) será responsável por avaliar e monitorar o benefício.
O governo estabelecerá, por decreto, metas e objetivos a serem cumpridos pelos produtores, distribuidores e expositores.
Além disso, os contribuintes e as empresas tributadas sobre o lucro real também poderão deduzir incentivos aos fundos municipais de cinema (Funcines).
Renúncia
A relatora da comissão, deputada Laura Carneiro (PSD-RJ), afirmou que os incentivos contribuem para a recuperação da indústria cinematográfica dos efeitos da pandemia de Covid-19 no setor. “O benefício não tem impacto negativo no orçamento, pelo contrário, incentiva o investimento privado na indústria cinematográfica, poupando recursos públicos”, explicou.
Em resposta à comissão, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, estimou que o volume de renúncias fiscais anuais até 2027 ficará em torno de R$ 7,2 milhões. Pela estimativa do governo, para cada R$ 1 de imposto não recolhido há um retorno de R$ 8 em investimentos realizados pelas empresas beneficiadas.
Segundo a Agência Nacional do Cinema (Ancine), o número de salas de exibição em 2024 chegou a 3.481, um pouco acima do nível pré-pandemia de 2019 (3.478). Porém, a relação entre o número de habitantes por sala de cinema deixa o Brasil bem atrás de países como Argentina, Canadá, Chile e Colômbia.
Dedução de IR
A proposta também prorroga os incentivos fiscais da Lei do Audiovisual até o final de 2029. Essa lei permite que pessoas físicas e jurídicas deduzam do Imposto de Renda (IR) valores que financiaram projetos de produção cinematográfica e audiovisual aprovados pela Ancine.
O projeto aumenta o limite de dedução do IR para apoio destinado a obras do cinema brasileiro de produção independente de R$ 4 milhões para R$ 7 milhões. Para séries, curtas e longas-metragens, documentários e outras obras cinematográficas, o limite passa de R$ 3 milhões para R$ 7 milhões.
Próximas etapas
A proposta será analisada em caráter conclusivo pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania. Para virar lei, precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado.
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Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Ana Chalub
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