19/06/2024 – 18:29
Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
Gilson Daniel: recursos podem chegar a R$ 9 bilhões
A comissão especial que analisou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 44/23, sobre recursos orçamentários para combate a desastres, aprovou nesta quarta-feira (19) o substituto do relator, deputado Gilson Daniel (Pode-ES). A matéria agora será analisada pelo Plenário da Câmara dos Deputados em dois turnos de votação, antes de seguir para o Senado Federal.
O texto aprovado prevê que 5% dos recursos oriundos de emendas individuais dos parlamentares ao projeto de lei orçamentária e 5% das bancadas dos estados e do Distrito Federal deverão ser destinados às ações de prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação de desastres previstas. na Política Nacional de Proteção e Defesa Civil.
O substitutivo prevê ainda que o projeto de lei orçamentária e a lei orçamentária correspondente destinarão recursos ao Fundo Nacional de Calamidades Públicas, Proteção e Defesa Civil (Funcap) em valor pelo menos igual ao valor mínimo destinado por emendas de bancada para ações de preparação, desastres mitigação e prevenção.
O Funcap foi criado há mais de 50 anos, em 1969, mas não foi estabelecida nenhuma fonte de recursos para suprir o fundo.
Marchar
Na avaliação de Gilson Daniel, a substituição é um passo para garantir que o Brasil realmente tenha um quadro de recursos para lidar com desastres.
“Com esta fonte que incluímos aqui hoje, teremos uma fonte robusta de recursos para mitigação, preparação e prevenção. A prevenção tem um custo muito menor do que uma resposta rápida”, afirmou o relator. “O volume de recursos que vamos colocar, aqui nos meus cálculos, já garantidos a partir de emendas de bancada e individuais e o que o governo está se propondo a colocar, é em torno de R$ 2 bilhões, mas com possibilidade de chegar a R$ 9 bilhões . É uma contribuição gigantesca.”
Segundo o substitutivo, a União deverá repassar os recursos direta e imediatamente aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios, sem necessidade de acordo ou cumprimento por parte do estado ou município – ou seja, ausência de dívidas com a União. E sem prejuízo da responsabilização, garantir que todos os recursos comprometidos sejam monitorizados e fiscalizados.
Novas mudanças
Gilson Daniel havia apresentado um primeiro relatório na terça (18), mas modificou o texto para aceitar sugestões dos parlamentares e garantir a votação nesta quarta.
Uma das mudanças restringiu a alocação de recursos e acrescentou a utilização das seguintes fontes de resposta e recuperação: Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização (Fundaf), Programa de Administração de Ativos Imobiliários da União (Proap), Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC) e receitas da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).
A expressão “Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil” também foi substituída por “Política Nacional de Proteção e Defesa Civil”, para fazer referência aos entes federados.
O relator também alterou a expressão “catástrofes naturais e emergências”, prevista na PEC original, para “desastres”.
Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
Bibo Nunes: “Desastres e inundações não desaparecem”
PEC originais
A PEC original foi de autoria do deputado Bibo Nunes (PL-RS) e de outros parlamentares. “É uma causa nobre, que não tem lado partidário. Desastres e inundações não desapareceram. Eles têm empatia e solidariedade”, afirmou o autor após aprovação do artigo.
Originalmente, o texto de Bibo Nunes estabelecia que, a critério do deputado ou senador, deveria ser feita uma reserva de 5% do valor disponibilizado às suas emendas para enfrentamento de catástrofes e emergências naturais.
Pelo texto original, o valor seria destinado ao órgão federal competente, que deveria repassá-lo aos estados ou municípios atingidos pelos desastres. O valor deveria ser revertido para mandatos parlamentares do último ano de legislatura caso não fossem utilizados.
Saiba mais sobre a tramitação das propostas de emenda à Constituição
Reportagem – Noeli Nobre
Montagem – Roberto Seabra
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