18/11/2024 – 16:21
Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
Deputado Ossesio Silva recomendou aprovação de nova versão da proposta
A Comissão Trabalhista da Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que revoga vários pontos do Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) em desacordo com a Constituição Federal e legislação posterior.
O texto aprovado é um substituir do deputado Ossesio Silva (Republicanos-PE) ao Projeto de Lei 1663/23, do deputado Fausto Santos Jr (União-AM). O projeto original revogou mais trechos da CLT. Segundo Silva, tal como foi publicada na década de 1940, muitos dos preceitos da CLT não acompanharam a evolução jurídica e social do país e não estão em consonância com o ordenamento jurídico vigente.
“As relações trabalhistas vêm se aprimorando e se tornando mais complexas, de modo que a necessária adaptação da norma às relações trabalhistas tem sido feita pelo Tribunal Superior do Trabalho”, disse.
Por exemplo, a proposta revoga os direitos dos trabalhadores às invenções feitas durante o seu emprego, que são actualmente regulamentados pela Código da Propriedade Industrial.
Organização sindical
Outros pontos revogados estavam relacionados com a organização sindical, como a impossibilidade de criação de sindicatos nos distritos e a definição da base territorial da entidade ser definida pelos trabalhadores ou empregadores e não pelo ministro.
O texto direciona para regulamentação ministerial os requisitos para registro sindical, atualmente previstos em lei (como duração do mandato do conselho, reunião de pelo menos 1/3 da categoria). Também elimina a necessidade de o Ministro do Trabalho autorizar a criação de um sindicato nacional.
O texto também atualiza os órgãos da justiça do trabalho, eliminando as juntas de conciliação e julgamento, que foram extintas e substituídas pelos tribunais do trabalho.
Mais debates
Outros pontos que o projeto original queria revogar, como a estipulação de cotas para contratação de trabalhadores estrangeiros residentes no Brasil, foram mantidos por Silva. Segundo ele, os sindicatos e o Ministério do Trabalho ainda querem discutir mais o assunto. A necessidade de mais discussão também foi a justificativa para manter o trecho da lei que prevê redução salarial. “A questão é complexa e requer mais discussão”, disse Silva.
O projeto pega da CLT e coloca em Lei da Cabotagem a obrigatoriedade de que 2/3 da tripulação das embarcações nacionais seja composta por brasileiros. O texto da CLT estabelecia que o percentual seria ocupado apenas por brasileiros natos, não naturalizados.
Próximas etapas
A proposta ainda será analisada pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania. Para virar lei, o texto precisa ser aprovado pela Câmara e pelo Senado.
Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Rachel Librelon
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