26/11/2024 – 10:14
Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Ana Pimentel recomendou aprovação da proposta
A Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 2.978/21, que estabelece regras para atendimento às mulheres vítimas do anticoncepcional Essure no Brasil.
Essure é um dispositivo metálico que é colocado nas trompas, considerado uma solução permanente para contracepção. Desde 2012, centenas de mulheres que realizaram a adaptação do aparelho pelo Sistema Único de Saúde (SUS) passaram a relatar reações, principalmente dores crônicas.
O aparelho foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2009, mas em 2019 deixou de ser comercializado por falta de estudos que comprovassem sua segurança.
Ao longo desses dez anos, porém, o Essure foi adquirido pelas secretarias de saúde e implementado em milhares de mulheres brasileiras no Distrito Federal e em nove estados (BA, MG, PA, PE, PR, RJ, SC, SP e TO).
Pesquisa ativa
O projeto, da ex-deputada Celina Leão (DF), prevê a busca ativa das mulheres que implantaram o dispositivo para possível remoção. Ela afirmou que não foi suficiente a nota técnica do Ministério da Saúde com sugestão de busca ativa de usuárias de anticoncepcionais.
“Devemos deixar claro na legislação que as vítimas do Essure têm direito ao devido atendimento humanizado no SUS e, em caso de indicação médica, à retirada urgente do dispositivo”, disse Celina Leão.
Alterações no texto original
A relatora, deputada Ana Pimentel (PT-MG), recomendou a aprovação da proposta, mas excluiu o prazo de 30 dias para retirada do implante dos pacientes interessados.
Pelo texto aprovado, os pacientes portadores do implante têm direito a
submeter-se a cirurgia para retirada, em caso de indicação médica de retirada, conforme regulamentação. Nesse caso, essas mulheres devem receber atendimento multidisciplinar e incluir assistência à sua saúde mental.
“Devemos lutar para que o SUS possa dar assistência e apoio às mulheres que tiveram a infelicidade de ter o Essure implantado no corpo”, afirmou Ana Pimentel.
Próximas etapas
A proposta está sendo processada em caráter conclusivo e também será analisado pelas comissões de Seguridade Social e Família; Finanças e Fiscalidade; e Constituição e Justiça e Cidadania.
Para virar lei, a proposta precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado.
Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Natalia Doederlein
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