22/11/2024 – 16h11
Mário Agra/Câmara dos Deputados
Laura Carneiro: “Programa visa melhorar as condições de saúde da mulher durante a gravidez e pós-parto”
A Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher aprovou o Projeto de Lei 2.112/24, que cria o Programa de Medidas de Apoio Matricial para Redução da Morbimortalidade Materna (Mamm) na atenção básica à saúde e nos ambientes de assistência ao parto.
Em 2023, a taxa nacional de mortalidade materna (mortes que ocorrem durante a gravidez ou até 42 dias após o nascimento) foi de 57 mortes por 100 mil nascidos vivos, segundo levantamento do Ministério da Saúde. Esse número está longe da meta assumida pelo Brasil em conjunto com as Nações Unidas, de reduzir, até 2030, para no máximo 30 mortes a cada 100 mil nascidos vivos.
O objetivo do programa é atualizar os profissionais de saúde sobre medidas de prevenção, diagnóstico e tratamento das principais causas associadas à mortalidade materna. Além de educar as gestantes sobre seus direitos e garantias no pré-natal, parto, pós-parto e contracepção.
Cuidados básicos
Entre outras, o programa prevê as seguintes ações na atenção básica à saúde:
- critérios para estratificação de risco pré-natal;
- prevenção, manejo e diagnóstico da hipertensão gestacional;
- prevenção primária e secundária da pré-eclâmpsia, considerando medidas de prevenção e detecção pré-clínica da pré-eclâmpsia;
- prevenção de hemorragia pré-parto;
- prevenção, manejo e diagnóstico do diabetes gestacional;
- atenção à saúde mental perinatal, com ênfase na prevenção, manejo e diagnóstico da depressão pós-parto;
- informações sobre a realização de laqueadura tubária periumbilical, como forma de prevenção de cesarianas para fins de laqueadura tubária intraparto.
Cesariana não indicada
O texto, de autoria da deputada Maria Arraes (Solidariedade-PE), também prevê medidas educativas para gestantes sobre a possibilidade de realizarem laqueadura tubária pela via umbilical (procedimento de esterilização) após o parto normal, como forma de evitar cesarianas desnecessárias.
A relatora, deputada Laura Carneiro (PSD-RJ), apresentou parecer favorável ao texto. Para o parlamentar, a proposta reconhece a necessidade de uma abordagem interdisciplinar da assistência à saúde, promovendo a corresponsabilidade entre as diferentes equipes de saúde para melhorar a qualidade do atendimento.
“A proposta é um passo significativo no enfrentamento da morbimortalidade materna no Brasil, buscando não apenas reduzir as mortes, mas também melhorar as condições de saúde das mulheres durante a gravidez e o pós-parto”, argumentou.
Próximas etapas
O projeto será analisado em caráter conclusivo nos comitês de Saúde; Finanças e Fiscalidade; e Constituição e Justiça e Cidadania. Para virar lei, o projeto também precisa ser aprovado pelo Senado.
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Reportagem – Luiz Gustavo Xavier
Edição – Georgia Moraes
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