10/06/2024 – 19h06
Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Laura Carneiro, relatora da proposta na comissão
A Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados aprovou proposta que prevê a criação, pelo governo federal, da loteria Mulher da Sorte. O objetivo é destinar parte dos recursos a ações e programas voltados para mulheres em situação de violência doméstica e familiar.
Segundo o texto, a loteria pode ser criada em ambiente físico ou virtual por meio do modelo de predição numérica, que é onde o apostador tenta adivinhar os números sorteados no concurso.
A proposta aprovada recebeu alteração da relatora, deputada Laura Carneiro (PSD-RJ), com o objetivo de garantir a adequação orçamentária e financeira do Projeto de Lei 4462/21, de autoria da ex-deputada Rejane Dias. O texto original também previa a criação de um benefício, no valor de um salário mínimo mensal, a ser pago às mulheres e financiado com parte do produto das loterias.
O relator, porém, argumentou que a criação do benefício sem a devida estimativa do impacto financeiro e orçamentário torna a proposta incompatível com a Constituição Federal e o Lei de Responsabilidade Fiscal.
“Para sanar a incompatibilidade com a legislação orçamentária e financeira, apresento subalteração substitutiva excluindo a criação do benefício e destinando ao Ministério da Mulher o respectivo percentual da receita da Loteria Mulher da Sorte, apoiando o atendimento às mulheres em situação de violência doméstica e familiar”, argumentou o relator.
Laura Carneiro também incluiu a previsão de que parte do dinheiro arrecadado com a loteria será destinada ao financiamento da Previdência Social, como prevê a Constituição Federal.
Pelo novo texto, o valor arrecadado com as loterias será dividido da seguinte forma:
- 0,5% para a Segurança Social;
- 25,5% para o Ministério da Mulher;
- 10% para financiar habitação para mulheres vítimas de violência doméstica;
- 19,13% para custeio e despesas de manutenção do agente operador lotérico; Isso é
- 44,87% para pagamento de prêmios e impostos sobre o prêmio.
Por fim, o relator deixou claro que os valores dos prêmios não recolhidos pelos apostadores sorteados no prazo também serão devolvidos ao Ministério da Mulher.
Próximos passos
A proposta segue agora para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), onde será analisada em caráter conclusivo.
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Reportagem – Murilo Souza
Edição – Ana Chalub
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