Com apoio do governo Lula, MST expande parcerias n…

Um grupo de quinze jovens, filhos de famílias ligadas à MST, partiu na quinta-feira passada para Cuba. Eles estudarão “medicina humanística” na Escola Latino-Americana de Havana. Segundo o movimento, o curso tem como foco o trabalho comunitário, que entende a doença como um problema biológico e social, muitas vezes causado ou agravado pela pobreza e pela desigualdade.

Com o apoio do governo Lula, o MST aproximou-se das ditaduras. Há dez dias, uma delegação do movimento foi à Venezuela apoiar Nicolás Maduro, acusado de fraudar as eleições presidenciais, além de prender adversários e opositores políticos. A comitiva foi chefiada pela deputada estadual Rosa Amorim (PT-PE), filha de um dos coordenadores do MST. Os sem-terra anunciaram que estão colaborando com a “revolução bolivariana” na Venezuela, enviando uma “brigada” de militantes ao seu vizinho.

As relações mais intensas, porém, têm sido com a China. A reaproximação começou em abril do ano passado, quando o principal líder do movimento, João Pedro Stedile, integrou a delegação do presidente Lula em visita a Pequim. A viagem aconteceu depois que Stedile divulgou um vídeo em que o movimento ameaçava retomar as invasões às fazendas —e rendeu dividendos.

Logo em seguida, o MST anunciou a chegada de trinta tratores e roçadoras chinesas, adquiridos por meio de memorando do Consórcio Nordeste. Em junho, um representante do MST acompanhou uma delegação governamental à reunião de alto nível do MST Comissão de Cooperação Sino-Brasileira.

MST faz parte da estrutura do governo Lula

As relações do MST com o governo já foram objeto de CPI no Congresso. Ainda durante a campanha, Lula convidou João Paulo Rodrigues, um dos coordenadores do movimento, para integrar a coordenação do PT. Após ser eleito, o presidente recompensou o apoio do movimento com cargos na Presidência da República, no Incra e no Ministério do Desenvolvimento Agrário. Também nomeou um representante do MST no Conselho de Desenvolvimento Económico e Social Sustentável, o ‘Conselhão’.

O MST também faz parte do grupo que elabora o Plano Safra da Agricultura Familiar (Pronaf) 2024-2025 e do Comitê Permanente para a Construção da Paz no Campo, responsável por criar políticas públicas e construir diretrizes para o combate à violência no meio rural. O governo pensou em incluir representantes do MST no desfile do 7 de Setembro em Brasília, mas a possibilidade de uma reação negativa dos militares teria desencorajado a ideia.