Colunistas de VEJA analisam ato de Bolsonaro na Pa…

O ex-presidente JairBolsonaro retorna à Avenida Paulista neste sábado para liderar uma manifestação que ganhou força com o aumento das tensões entre a direita radical e o Supremo Tribunal Federal. O lema é 7 de setembromas os ataques ao STF e ao ministro Alexandre de Moraes devem dar o tom dos discursos. A partir das 13h45, equipe de VEJA analisa o evento, que será transmitido na plataforma de streaming VER+ e caminho YouTube. Apresentado por Marcela Rahal e Ricardo Ferraz, o programa terá comentários do editor José Benedito da Silva e do colunista Matheus Leitão.

A manifestação é patrocinada e organizada pelo pastor Silas Malafaia, aliado radical do ex-presidente. Ao contrário do que fez em fevereiro, quando disse ter investido 90 mil reais no evento, desta vez o líder religioso não revelou quanto gastou com dois trios elétricos, cercas, banheiros químicos, equipe técnica e seguranças. Também é pouco provável que os pregadores do culto bolsonarista mudem muito. A lista de quem deve falar para a multidão inclui parlamentares do PL considerados “fenômenos de audiência nas redes”, como Gustavo Gayer (GO), Nikolas Ferreira (MG), Bia Kicis (DF) e Julia Zanatta (SC). Também poderão discursar a ex-primeira-dama Michelle, seus filhos Eduardo e Flávio, o próprio Malafaia e, claro, Bolsonaro. A estimativa é que estejam presentes cinquenta deputados, senadores e até três candidatos a prefeito de São Paulo: Ricardo Nunes (MDB), Pablo Marçal (PRTB) e Marina Helena (Novo).

Aliados do ex-presidente afirmam que dezenas de ônibus com apoiadores estão sendo fretados, de forma espontânea e voluntária, saindo do Distrito Federal, do Rio de Janeiro e do interior de São Paulo. Entre os governadores, o único que poderia estar no palco é Tarcísio de Freitas, de São Paulo (até quinta-feira, 5, ele ainda não havia confirmado presença), movido não só pela lealdade a Bolsonaro, mas pelo objetivo de impulsionar Candidatura de Ricardo Nunes, que vem sendo atacada pelo bolsonarismo. Ronaldo Caiado (Goiás) anunciou que estará de férias, enquanto Jorginho Mello (Santa Catarina), Romeu Zema (Minas Gerais) e Ratinho Jr. (Paraná) sinalizaram que terão compromissos no dia 7 de setembro em seus estados.

Se realmente atingir a escala pretendida pelos organizadores, o barulho das ruas certamente servirá para alimentar a ofensiva dos apoiadores de Bolsonaro no Congresso. Um dos movimentos do grupo, que se reuniu na última terça-feira, dia 3, é tentar dar força a uma antiga (e perigosa) obsessão: promover o impeachment de Moraes. Após o 7 de setembro, os parlamentares deverão ir ao plenário do Senado e entregar ao presidente Rodrigo Pacheco mais um pedido de afastamento do magistrado, com o apoio de cerca de 150 deputados e 1,3 milhão de assinaturas em petição online. A interlocutores, Pacheco garante que a chance de isso ser orientado por ele é “zero”. Pressão, porém, não faltará. Entre os planos de Bolsonaro está organizar um evento em Belo Horizonte, berço político de Pacheco. Outro ponto será tentar avançar duas propostas de emenda constitucional e dois projetos de lei que limitem a atuação do Supremo. Leia a reportagem sobre a manifestação.