Canal Xingó pode resolver abastecimento de água de municípios da Bahia e de Sergipe, dizem especialistas – Notícias

07/02/2024 – 15h08

Em audiência pública na Comissão de Integração Nacional e Desenvolvimento Regional da Câmara nesta terça-feira (2), especialistas destacaram o potencial do Canal de Xingó para levar água do rio São Francisco a duas cidades do sertão baiano e a todos os municípios sergipanos.

O presidente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Marcelo Moreira Pinto, garantiu que o projeto da primeira fase de construção do Canal de Xingó está pronto para começar.

Segundo Marcelo Pinto, a obra total, com 305 km de extensão, deverá custar cerca de R$ 3,5 bilhões. O custo da primeira etapa, parte do túnel que sai de Paulo Afonso, na Bahia, e tem 2,5 km de extensão, está estimado em cerca de R$ 150 a R$ 200 milhões.

O autor do pedido de realização do debate, deputado João Daniel (PT-SE), sugeriu que a bancada sergipana se organizasse para destinar emendas à construção do canal. Dessa forma, seria possível iniciar a primeira etapa. Mas o parlamentar destacou que essa dotação depende de uma decisão política do governo federal para levar a obra até o fim.

“Se houver uma decisão política, com R$ 2 milhões de cada deputado federal, já é um começo para a licitação. Claro que ninguém vai começar um projeto de R$ 3 bilhões com R$ 30 milhões, sem uma decisão política, mas temos certeza absoluta de que, para o Canal de Xingó, os parlamentares ajudariam.”

Os planos para a construção do Canal de Xingó começaram em 1998. E, segundo Marcelo Pinto, o governo federal já investiu R$ 36 milhões no projeto. A obra conta com licença ambiental desde 2009, e a concessão preventiva de 31 m³ de água por segundo para alimentar o canal já foi concedida pela Agência Nacional de Águas.

O presidente da Companhia Sergipana de Saneamento, Luciano Goes, destacou que o Canal de Xingó resolverá os problemas de abastecimento de Sergipe pelos próximos 50 anos.

“Temos vários problemas na região metropolitana, bem como com sistemas isolados. Hoje 20 municípios utilizam sistemas isolados, nascentes ou poços artesianos, e com o volume crescendo, temos diversas deficiências. O Canal de Xingó garantirá segurança hídrica ao estado de Sergipe, imediatamente e por mais 50 anos.”

O superintendente do Instituto Nacional de Reforma Agrária de Sergipe, André Milanez, destacou o impacto social do Canal de Xingó, uma vez que a agricultura familiar predomina no sertão sergipano, devido à grande concentração de assentamentos de reforma agrária.

O superintendente do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Roberto Araújo Silva, acrescentou que só nas áreas por onde passará o canal existem 39 desses assentamentos.

Reportagem -Maria Neves
Edição – Georgia Moraes