Câmara de BH derruba projeto da prefeitura que isentava empresas de ônibus

Câmara de BH derruba projeto da prefeitura que isentava empresas de ônibus



A Câmara Municipal de Belo Horizonte derrubou projeto do prefeito Fuad Noman (PSD) que isentava empresas de ônibus de Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN). Em votação nesta quarta-feira (12/04), a proposta recebeu 17 votos a favor e 23 contra, enquanto o texto precisava da aprovação de dois terços do Legislativo – 28 vereadores.

Na justificativa enviada aos vereadores, Fuad disse que a alíquota de ISSQN (5%) produz uma distorção nos custos e receitas do sistema de transporte público da capital, uma vez que está sujeita ao acréscimo de 2% em tributos federais, que voltam a empresas sob a forma de subsídio. A isenção do ISSQN já havia sido derrubada pelos vereadores desta legislatura, ainda em 2022. Na época, o benefício vigorava desde 2013.

“Com a isenção do ISSQN sobre as receitas de concessão, será evitada a entrada de receitas e a saída do mesmo recurso, cujos valores, uma vez retirados da base de cálculo do custo de referência, compensarão integralmente o valor da renúncia fiscal por meio da redução de remuneração complementar”, escreveu Fuad.

O projeto, porém, uniu vereadores de diversas áreas no voto contra. Fernanda Altoé (Novo), por exemplo, afirmou que a prefeitura não apresentou dados sobre a queda da arrecadação no período em que o imposto esteve isento e que a nova lei seria uma forma de repassar mais recursos às empresas.

“Lá em 2013, quando isentaram o ISSQN, a promessa era reduzir a tarifa. Alguém se lembra de redução de tarifa em Belo Horizonte? Já estamos pagando quase R$ 1 bilhão por quilômetro rodado por esse ônibus de qualidade. Mais de 600 novos ônibus para quê? Batendo na parede da escola? A cada nova lei escondem a vergonha dos números do transporte público”, exclamou o vereador do Novo.

O vereador Bruno Pedralva (PT) avaliou que a isenção pode resultar em perda de recursos para áreas estratégicas da cidade, como saúde e educação. Segundo o petista, o projeto também não demonstra como a prefeitura compensaria.

“Desistir da receita tributária não é uma matemática simples. A receita tributária faz parte de toda a lógica arrecadatória, que sustenta todas as políticas públicas do município. Isto pode afetar a saúde, por exemplo, pode afetar a educação. A lei de responsabilidade fiscal diz que, se a prefeitura abrir mão de receita, precisa mostrar onde vai pagar em troca para manter a arrecadação”, destacou Pedralva.

Após o resultado, o vice-prefeito e vereador eleito Álvaro Damião (União Brasil) defendeu a independência da Câmara Municipal e pregou uma relação harmoniosa com os vereadores no próximo mandato.

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«É esta a relação que queremos entre a Câmara Municipal e a Câmara Municipal. Quando dizemos que a votação não será feita por telefone é porque essa votação será feita por cada pessoa, e todos sabem em que votar, como votar e porquê votar. A Câmara tem independência para votar o que quiser, temos que respeitar o vereador que está aqui. O povo de Belo Horizonte aqui são os 41 vereadores representativos”, disse.



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