Câmara de BH aprova ampliação do Orçamento Participativo e limpa a pauta

Câmara de BH aprova ampliação do Orçamento Participativo e limpa a pauta



O Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) aprovou, esta segunda-feira, em segundo turno, uma proposta de alteração à Lei Orgânica da capital que aumenta os recursos destinados ao Orçamento Participativo (OP) e torna obrigatória a execução de obras indicadas pela população.

Aprovado por unanimidade, o projeto aumenta o valor da receita municipal destinada ao OP de 0,5% para 1%, o que representa, segundo o principal autor da proposta, Wilsinho da Tabu (Podemos), cerca de 220 milhões de reais no orçamento do próximo ano.

Uma das justificativas do vereador, que não foi reeleito, é o fato de muitas obras aprovadas pela população via OP há mais de uma década ainda não terem sido realizadas pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) por falta de recursos financeiros recursos. “Com essa aprovação, obras de grande, médio e pequeno porte, principalmente nas regiões mais carentes de Belo Horizonte, terão recursos garantidos para serem realizadas”, afirma Wilsinho da Tabu, que aproveitou a votação para se despedir de seu eleitorado e agradecer aos colegas e colaboradores da CMBH “pelos anos de trabalho e parceria”.

O OP foi criado durante a gestão de Patrus Ananias (PT), hoje deputado federal, à frente da PBH, entre 1993 e 1997, para permitir a participação popular na definição de obras importantes para suas comunidades. Sua execução foi interrompida em 2019, na gestão do ex-prefeito Alexandre Kalil (sem partido), e retomada este ano pelo prefeito reeleito Fuad Noman (PSD).

A ampliação dos recursos e sua execução obrigatória foi comemorada pelo vereador Pedro Patrus (PT), filho de Patrus Ananias. “Não importa quem seja o prefeito, as obras terão que acontecer, pois o orçamento agora será uma política de estado e não do governo do momento”, afirmou Pedro Patrus.

Outros projetos

Na última sessão do ano, os vereadores também analisaram outras propostas e dois vetos do Executivo. Uma delas, que foi mantida, determinava a cassação do alvará de funcionamento de estabelecimentos que violassem mais de três vezes, no prazo de um ano, a legislação que regulamenta o controle de ruído no município em regiões da cidade denominadas Áreas de Orientações Especiais (Bebidas de Soja). . O veto do prefeito à proposta que prevê a construção de condomínios nesses ADEs, além de trechos que tratavam da prorrogação do prazo de validade dos alvarás e da prorrogação de benefícios para regularização de imóveis, foi derrubado pelos vereadores.

Também foi aprovado o projeto que institui o ‘Programa Bolsa Atleta’ e o que altera a regulamentação referente à renovação de licenças para estabelecimentos de baixo risco fiscalizados pela Vigilância Sanitária.

Os vereadores também aprovaram, apesar do encaminhamento feito pelo líder do governo, Bruno Miranda (PDT), o projeto que determina que os ônibus adquiridos pela PBH para prestar serviços de transporte público coletivo de passageiros retornem à propriedade do município no final do ano. contrato de concessão.

Equilíbrio e despedida

O presidente da CMBH, Gabriel Azevedo (MDB), que não concorreu à reeleição como vereador, mas sim ao cargo de prefeito, terminando as eleições em quarto lugar, encerrou a sessão de hoje comemorando a limpeza da agenda Legislativa. Segundo ele, quando iniciou o mandato, há oito anos, havia cerca de sete mil projetos tramitando na Câmara.

“Deixo a Câmara Municipal com 41 projetos para serem votados na próxima legislatura”, destacou Azevedo. Outros sete projetos, segundo ele, serão arquivados, seguindo norma interna da CMBH que prevê que propostas não apreciadas de vereadores que não foram reeleitos não poderão tramitar na legislatura seguinte.

Azevedo destacou ainda que nenhum projeto de autoria do Executivo ficou sem votação. “Alguns foram aprovados, outros não, por se tratar de uma Câmara independente, mas todos foram apreciados”, afirmou o vereador.

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Quem também se despediu dos colegas foi o vereador Henrique Braga (MDB), parlamentar mais antigo da CMBH. Braga, que cumpre o nono mandato consecutivo, não foi reeleito. Agradeceu aos colegas e, em especial, ao pessoal da casa. “Espero que alguns dos novos vereadores tenham mandatos tão longos quanto o meu”, disse ele.



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