12/06/2024 – 18:21
• Atualizado em 12/06/2024 – 18h35
Mário Agra/Câmara dos Deputados
Sessão Plenária desta quarta-feira
A Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Resolução 32/24, do Conselho de Administração, que permite a este órgão propor a suspensão, a título cautelar, do mandato de deputado federal por até seis meses. Esta decisão deverá ser deliberada pelo Conselho Parlamentar de Ética e Decoro no prazo de três dias úteis, com prioridade sobre as demais deliberações. O texto já foi promulgado como Resolução 24/11.
Segundo a Diretoria, o projeto visa evitar “a ocorrência de confrontos desproporcionalmente acirrados entre parlamentares”.
Inicialmente, o projeto autorizava a Diretoria a suspender imediatamente o mandato, mas após negociações hoje entre as partes, o substituto do relator, deputado Domingos Neto (PSD-CE), prevê que a proposta de suspensão seja decidida, em última instância. por exemplo, pelo Plenário.
De acordo com o texto, essa suspensão poderá ser aplicada ao deputado contra quem for apresentada representação da Mesa por quebra de decoro parlamentar.
O Conselho de Administração terá o prazo de cinco dias úteis, “contando o conhecimento do facto que deu origem à representação”, para apresentar ou não a proposta de suspensão do mandato. Este prazo é limitado no tempo, ou seja, caso seja ultrapassado, a decisão não poderá mais ser tomada.
Para Domingos Neto, a proposta é oportuna e necessária ao bom funcionamento da Câmara dos Deputados. “Diante dos graves acontecimentos recentes, envolvendo insultos, ameaças, agressões físicas e verbais, incompatíveis com um ambiente democrático e com a urbanidade, a ética e o decoro”, afirmou o deputado, que é corregedor da Câmara.
Domingos Neto disse que muitos deputados perguntaram sobre a dosimetria para a suspensão parlamentar. “Não estamos entrando na área do Código de Ética. O que cabe suspender um parlamentar está no código desde 2001”, explicou.
Debate em Plenário
Para o deputado Chico Alencar (Psol-RJ), o atual ambiente na Câmara “é insalubre e precisa de um remédio eficaz”, mas avaliou que não é possível que um colegiado pequeno como a Mesa Diretora decida sobre o mandato dos deputados . “Precisamos preservar a sacralidade do mandato popular e a sacralidade da divergência, da dissidência, da forte oposição de ideias e projetos”, disse ele.
O deputado Alberto Fraga (PL-DF) criticou o fato de a Câmara não ter instrumento para controlar desvios de conduta. “Tivemos que avançar para esse tipo de proposta para evitar que os colegas brigassem. Respeitaremos os insultos e as divergências de ideias, mas a agressão física é muito difícil”.
Segundo o deputado Bibo Nunes (PL-RS), o bom senso é fundamental para exercer o mandato na Câmara, o radicalismo e o fanatismo não. “Quem tem medo de punição é o parlamentar que carece de boa conduta e decoro”, declarou.
O deputado Hildo Rocha (MDB-MA) defendeu o endurecimento da pena por quebra de decoro. “A maioria dos parlamentares não quer respeitar o decoro, uns por atacarem outros, outros até pelas roupas e outros por fazerem mal, até desviarem emendas”, disse.
O deputado Tarcísio Motta (Psol-RJ) elogiou a decisão de afastar a responsabilidade pela suspensão do mandato da Mesa Diretora do Conselho de Ética, após reunião de líderes na manhã desta quarta-feira (12). “Parte do problema que ontem apresentamos como central foi resolvido.”
Porém, o deputado Mendonça Filho (União-PE) afirmou que a suspensão do mandato não deve ser decidida pela Diretoria ou pelo Conselho de Ética, mas apenas pelo Plenário.
O deputado Glauber Braga (Psol-RJ) disse que houve uma “redução de danos” entre a proposta original e a nova versão feita após reunião de líderes, mas ainda considerou que o texto não deveria ser aprovado. “Numa situação em que ampliamos os poderes de deliberação sumária sobre a suspensão de mandato, os mais prejudicados são os parlamentares de esquerda. Não são eles que vão articular acordos com o presidente para a sua salvação”, afirmou.
Reportagem – Eduardo Piovesan e Tiago Miranda
Montagem – Pierre Triboli
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