12/03/2024 – 21h20
Bruno Spada/Câmara dos Deputados
Gisela Simona, relatora da proposta
A Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que cria o Dia Nacional da Dança Afro-Brasileira, em 18 de agosto. O texto foi aprovado nesta terça-feira (3) pelo Plenário da Câmara e será enviado ao Senado.
De autoria da deputada Daiana Santos (PCdoB-RS), o Projeto de Lei 3420/24 foi reportado pela deputada Gisela Simona (União-MT), que fez alguns ajustes na redação. A data escolhida, 18 de agosto, é uma homenagem a Mercedes Baptista, primeira mulher negra a integrar o corpo de balé do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
Janeiro, faleceu em 2014.
O projeto prevê a realização anual, na semana que compreende o dia 18 de agosto, de ações relacionadas a campanhas de conscientização sobre esse tipo de dança, com a divulgação de boas práticas que promovam o respeito à vida da população afro-brasileira. Também devem ser implementadas políticas de apoio a entidades que promovem e incentivam a dança afro-brasileira.
Manifestação cultural
A relatora, deputada Gisela Simona, afirmou que as danças afro-brasileiras têm sido utilizadas como resistência e combate ao racismo. “Eles representam uma manifestação da diversidade cultural e religiosa das tradições culturais afro-brasileiras e seu reconhecimento é mais um elemento na luta antirracista”.
A autora do projeto, deputada Daiana Santos, destacou que a proposta valoriza a cultura negra. “Fazer isso é considerá-lo parte fundamental de um contexto histórico de um país negro, de um Brasil que precisa sempre destacar sua negritude para saber quem é e para onde quer chegar.”
Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
Daiana Santos, autora do projeto de lei
Segundo a deputada Erika Kokay (PT-DF), a cultura afro-brasileira é de resistência com ares de liberdade e precisa ser homenageada. “Também precisamos honrar a nossa africanidade, tão representada por Zumbi e Dandara”, afirmou.
Para Erika Kokay, a proposta reafirma lutas fundamentais contra o apagamento da história brasileira e contra o “epistemicídio”, a eliminação do conhecimento local representado pela ancestralidade negra.
A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) explicou que a dança afro no Brasil tem uma representação cultural fundamental para a afirmação do povo negro, de sua cultura e de sua resistência à liberdade de expressão.
No entanto, o deputado Gilson Marques (Novo-SC) criticou a falta de audiência pública sobre a proposta, conforme previsto no Lei 12.345/10. “A audiência pública talvez corrigisse alguns problemas que identificamos no projeto”, disse. Ele lembrou ainda que, nessa data, já é comemorado o Dia do Estagiário.
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Reportagem – Eduardo Piovesan e Tiago Miranda
Montagem – Pierre Triboli
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