12/10/2024 – 20h18
Bruno Spada/Câmara dos Deputados
Delegado da Cunha, relator da proposta
A Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que cria o Cadastro Nacional de Monitoramento de Facções e Milícias Criminosas na esfera federal, alimentado por bases de dados gerenciadas por órgãos dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. O texto foi aprovado em Plenário nesta terça-feira (10) e será enviado ao Senado.
De autoria do deputado Gervásio Maia (PSB-PB), o Projeto de Lei 6149/23 foi aprovado com redação oferecida pelo relator no Plenário, deputado Delegado da Cunha (PP-SP). Segundo o texto, o cadastro também incluirá dados do Ministério Público federal, estadual e distrital e de institutos de identificação civil.
A intenção é apoiar ações de segurança pública e repressão, segurança do Estado, inteligência e investigação. Para os fins do projeto, considera-se facção ou milícia criminosa a organização com nome, regras e hierarquia próprios, especializada na prática do crime de tráfico de drogas ou outros crimes cuja execução implique uso de violência ou violência grave. ameaça com objetivo de controle territorial ou confronto com órgãos oficiais.
Da Cunha deu como exemplo da expansão das facções criminosas o fato do PCC (Primeiro Comando da Capital) ter 35 mil integrantes, estar em todos os estados e em outros 26 países. “É a primeira máfia da América do Sul”, disse ele.
Aceitou duas alterações propostas pelo Psol. O primeiro a acrescentar o termo milícia ao projeto; e a segunda para definir qualquer condenado pelos crimes de organização ou associação criminosa como membro de facção criminosa.
O autor da proposta, Gervásio Maia, afirmou que o texto pode ser um instrumento eficaz para servir todos os estados no combate ao crime organizado. “O Brasil convive com o crime organizado em uma realidade de verdadeiro terror”, afirmou.
Dados cadastrais
No mínimo, o registo nacional deve conter informações como o nome da facção; potenciais crimes cometidos pelos seus membros; localização da principal base de operações e áreas de atuação; cadastro e dados biométricos dos associados.
Porém, para que o associado tenha seus dados cadastrados, é necessário que ele tenha sido condenado por decisão judicial. definitiva e inapelável por ser membro de uma organização criminosa que se enquadra na definição dada pelo projeto.
Segundo o texto, dados adicionais poderão fazer parte do cadastro, como documentos pessoais, antecedentes criminais, ordens judiciais contra associados, endereços, extratos e outras movimentações bancárias.
O acesso às informações e as responsabilidades pelo processo de atualização e validação dos dados inseridos serão definidos em instrumento de cooperação entre a União e outros órgãos públicos.
Bruno Spada/Câmara dos Deputados
Deputados aprovaram o projeto no Plenário desta terça-feira
Além disso, outros dados poderão fazer parte do cadastro se enviados por organizações da sociedade civil, como estudos e anuários, desde que acompanhados da metodologia utilizada e seu uso seja aprovado pelo órgão gestor.
Segredo
O PL 6149/23 prevê que os dados serão confidenciais. O usuário será responsabilizado civil, criminal e administrativamente pela utilização para fins diversos dos previstos no projeto ou em decisão judicial.
Os custos de criação e gestão da base de dados serão provenientes do Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP).
Debate em Plenário
O deputado Chico Alencar (Psol-RJ) destacou que a proposta define quem é integrante de facção criminosa, aquele que é processado e julgado como tal. “No Rio de Janeiro, quem fosse para a prisão tinha que dizer a qual facção pertencia. Eles estavam inscritos compulsoriamente em uma organização criminosa e isso afetou muito a vida deles”, disse.
Para o deputado Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ), o crime organizado precisa ser enfrentado com inteligência e integração de informações. “Em vez de uma política irracional de tiroteio, de um confronto que drena gelo e derrama sangue e não resolve o problema, a inteligência e a informação são mais interessantes para combater o crime organizado”, declarou.
Ele elogiou a mudança na proposta de classificação das milícias como organizações criminosas.
O deputado Coronel Assis (União-MT) disse que a proposta é importante para diminuir o sentimento de impunidade no Brasil. “Os cidadãos não podem mais viver sob o jugo destas facções.”
Para o deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS), o Estado precisa cruzar informações, saber quem é quem, para responsabilizar eventuais culpados. “Temos que confrontar as facções identificando quem são as facções, onde estão, os crimes que cometem, a quem obedecem e nomeando as coisas”, afirmou.
Saiba mais sobre o processamento de faturas
Reportagem – Eduardo Piovesan e Tiago Miranda
Montagem – Pierre Triboli
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