19/12/2024 – 18h16
Bruno Spada/Câmara dos Deputados
Moisés Rodrigues, relator da proposta
A Câmara dos Deputados aprovou, em segundo turno, a PEC de corte de gastos do Poder Executivo, que traz diversas medidas para reduzir os gastos federais obrigatórios. Entre elas, a redução gradativa do público-alvo do PIS/Pasepa prorrogação da Desvinculação das Receitas da União (DRU) e a proibição de vincular receitas a despesas em níveis acima dos limites do quadro fiscal.
Foram 348 votos a favor e 146 votos contra. A proposta será enviada ao Senado.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/24, apegado à PEC 31/07, faz parte do esforço do governo para controlar o crescimento das despesas obrigatórias (de pessoal e programas sociais, por exemplo) de forma a deixar espaço para despesas discricionárias (que o governo pode optar por realizar ou não).
O texto aprovado é uma emenda apresentada pelo relator, deputado Moisés Rodrigues (União-CE), com o apoio da maioria dos líderes dos partidos com grandes bancadas. Moisés Rodrigues afirmou que o ajuste fiscal precisa ser feito com responsabilidade para manter os projetos sociais das últimas décadas. “O quadro fiscal precisa do apoio do Congresso para cumprir os seus compromissos e, dentro da sua responsabilidade, manter a meta fiscal”, disse.
As principais alterações trazidas pela alteração do relator foram nos gastos do Fundeb e regras para evitar supersalários.
Merenda escolar
O Plenário rejeitou ênfase do Psol que pretendia retirar do texto a permissão para estados e municípios utilizarem recursos do Fundeb para complementar os recebidos da União e destinados a programas de alimentação escolar e saúde. Foram 129 votos contrários ao texto e 358 a favor.
O líder petista, deputado Odair Cunha (PT-MG), afirmou que a proposta garante que o Fundeb possa investir prioritariamente na educação integral. “Continuaremos a garantir a sustentabilidade nas contas públicas com investimento em políticas centrais.”
O deputado Tarcísio Motta (Psol-RJ) destacou que os movimentos pela educação sempre consideraram que a alimentação é um programa de educação complementar e, portanto, não pode ser contabilizada como manutenção e desenvolvimento da educação. “Sem nenhum debate na sociedade, estamos mudando isso, sem entender o impacto. Que economia o governo vai fazer com isso?”, questionou.
Moisés Rodrigues reforçou que a proposta não prejudica os recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), mas apenas o complementa com a possibilidade de utilização do Fundeb para alimentação escolar.
O deputado Mendonça Filho (União-PE) afirmou que há grande dificuldade de estados e municípios na aplicação dos recursos do Fundeb. “Se uma criança for mal alimentada, ela não aprenderá adequadamente.”
Para o deputado Bibo Nunes (PL-RS), o dinheiro para a alimentação escolar não deveria vir da educação. “É aquela velha história que o governo está fazendo”, disse ele.
Para a deputada professora Luciene Cavalcante (Psol-SP), a proposta nega o principal direito fundamental dos estudantes, que é o direito à educação. “A educação é uma política estratégica e temos lutado durante muitos anos para identificar quais são as despesas educacionais”.
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Saiba mais sobre a tramitação das propostas de emenda à Constituição
Reportagem – Eduardo Piovesan e Tiago Miranda
Montagem – Pierre Triboli
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