Braga Neto atuava em dois grupos de planejamento do golpe, aponta PF

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A Polícia Federal afirma que o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PL) em 2022, participou de dois grupos de atividades do grupo suspeito da trama golpista.

Segundo as investigações, o militar da reserva do Exército teria participado do “Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral” e do “Núcleo de Oficiais de Alta Escalão com Influência e Apoio a Outros Núcleos”.

A descrição desses grupos, dos integrantes, incluindo o ex-ajudante Mauro Cid, e a forma de atuação de cada um estão descritas em decisão desta quarta-feira (26) do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). ), o que levantou o sigilo da investigação.

Veja os grupos, segundo a PF.

Desinformação e Ataques ao Centro do Sistema Eleitoral

Mauro Cesar Barbosa Cid, Anderson Torres, Angelo Martins Denicoli, Fernando Cerimedo, Eder Lindsay Magalhães Balbino, Hélio Ferreira Lima, Guilherme Marques Almeida, Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros e Tércio Arnaud Tomaz.

Forma de atuação: produção, divulgação e amplificação de notícias falsas sobre a lisura das eleições presidenciais de 2022 com o objetivo de incentivar a permanência de seguidores em frente aos quartéis e instalações das Forças Armadas, com o objetivo de criar um ambiente favorável ao Golpe de Estado, conforme explicitado no tópico “Medidas para Descredibilizar o Processo Eleitoral” contido nesta representação.

Unidade Responsável por Incitar Militares a Aderir ao Golpe de Estado

Walter Souza Braga Netto, Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho, Ailton Gonçalves Moraes Barros, Bernardo Romão Correa Neto e Mauro Cesar Barbosa Cid.

Modo de ação: eleição de alvos para amplificar ataques pessoais contra militares em posições de comando que resistiram aos golpistas investigados. Os ataques foram realizados através da divulgação em múltiplos canais e através de influenciadores em posições de autoridade perante a “audiência” militar.

Centro Jurídico

Filipe Garcia Martins Pereira, Anderson Gustavo Torres, Amauri Feres Saad, José Eduardo de Oliveira e Silva e Mauro Cesar Barbosa Cid.

Tipo de atuação: assessoria e elaboração de projetos de decretos com fundamentação legal e doutrinária que atendam aos interesses golpistas do grupo sob investigação.

Centro Operacional de Apoio a Ações Golpistas

Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros, Bernardo Romão Correa Neto, Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira, Alex de Araújo Rodrigues e Cleverson Ney Magalhães.

Modo de atuação: a partir da coordenação e do diálogo com o então ajudante do presidente Jair Bolsonaro, Mauro Cesar Cid, atuaram no planejamento de reuniões e executaram medidas para manter as manifestações em frente aos quartéis militares, incluindo mobilização, logística e financiamento de soldados das forças especiais em Brasília .

Núcleo de Inteligência Paralela

Augusto Heleno Ribeiro Pereira, Marcelo Costa Câmara e Mauro Cesar Barbosa Cid.

Modo de atuação: coleta de dados e informações que possam auxiliar a tomada de decisão do então Presidente da República Jair Bolsonaro na consumação do Golpe de Estado. Acompanhamento do itinerário, movimentação e localização do Ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e eventuais outras autoridades da República com o objetivo de captura e detenção mediante assinatura do decreto de

Golpe de estado

Núcleo de Oficiais de Alta Escalão com Influência e Apoio a Outros Núcleos

Walter Souza Braga Netto, Almir Garnier Santos, Mario Fernandes, Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira, Laércio Vergílio e Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.

Modo de ação: valendo-se do alto posto militar que detinham, agiram para influenciar e incitar o apoio a outros grupos de ação através do endosso de ações e medidas a serem adotadas para consumar o Golpe de Estado.

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