Boulos revela se vai reduzir velocidade nas ruas de São Paulo

Boulos revela se vai reduzir velocidade nas ruas de São Paulo



FOLHAPRESS – O candidato a prefeito de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) descartou a aplicação de medidas de redução de velocidade no trânsito, caso eleito, e disse que é preciso conciliar segurança viária e demandas populares ao ser entrevistado nesta segunda-feira (9/9) na série de audiências promovidas pela Folha de S.Paulo e UOL para acordo com questões da cidade.

Boulos abordou o tema ao ser questionado sobre a atuação do ex-prefeito Fernando Haddad (PT), seu apoiador, em um programa mais amplo de redução da violência no trânsito. “Isso não foi aceito, houve uma rejeição, embora tenha sido consistente. Como não foi aceito, não retomaremos o debate sobre redução de velocidade na cidade de São Paulo”, afirmou.

Questionado se agir dessa forma não demonstraria falta de coragem, o deputado federal disse que não interferirá na questão da velocidade máxima permitida, mas que não é algo ligado à coragem. “Trata-se de um prefeito expressar não apenas suas posições ou visões”, argumentou.

Acrescentou que “não se pode ignorar os pensamentos e sentimentos dos cidadãos” e defendeu que é preciso “ter equilíbrio”.

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Boulos disse ainda que não repetirá a forma como Haddad implementou as ciclovias, afirmando que suas propostas envolvem a conexão das bicicletas a outros modos de transporte, o que exige um planejamento de infraestrutura cicloviária. “É assim que queremos tratar a expansão planejada da rede”.

O candidato do PSOL também criticou o prefeito e candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB) pelo que considera uma “visão medíocre” da cidade. Segundo ele, Nunes relegou a capital à condição de vila, desconsiderando o papel global de São Paulo. Disse ainda que tanto o governo emedebista quanto as metas que apresentou na campanha são “medíocres” e “sem horizonte”.

“Se Nunes tivesse um mínimo de transparência e um bom uso dos recursos públicos, muito mais poderia ser feito”, afirmou, ligando o autarca a suspeitas de corrupção e desvio de fundos. Disse ainda que Nunes é cúmplice da presença do crime organizado em contratos, como na área dos transportes.

Boulos defendeu a viabilidade de suas propostas e disse que sua equipe fez cálculos a partir de fontes orçamentárias considerando a projeção de receitas para os próximos anos.

O candidato do PSOL também rebateu o governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) por ajuizar ação contra sua campanha pela utilização da marca Poupatempo no programa, prevista em seu plano de governo, o Poupatempo da Saúde – homônimo de uma iniciativa já desenvolvida em a cidade de Santo André.

Boulos afirmou que o governo não é dono das políticas públicas e opinou que Tarcísio errou ao atacar uma proposta, e não o problema de saúde em si. Declarou ainda que “é uma pena” que Nunes não consiga resolver as filas de exames e consultas e prometeu, caso seja eleito, limpar essas listas.

Questionado sobre medidas tomadas pela atual gestão na área de habitação, Boulos elogiou o Podemos Entrar, da Câmara Municipal, dizendo que manterá “o que há de bom” no programa.

“O problema é que não foi implementado como deveria”, disse. “A atual gestão focou na compra de imóveis prontos do setor imobiliário e não focou no processo de construção de imóveis para habitação social [para] famílias necessitadas”.

Relembrando vitórias da esquerda em eleições municipais anteriores, o deputado do PSOL disse que não tem medo de ficar de fora do segundo turno e afirmou que Pablo Marçal (PRTB) e Ricardo Nunes (MDB) promovem uma “gincana de quem é mais bolsonarista e de quem é mais violento”.

A audiência foi mediada por Fabíola Cidral, ao lado dos entrevistadores Raquel Landim, do UOL, e Fábio Haddad, editor do Cotidiano da Folha.

Ex-coordenador nacional do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), Boulos foi candidato à presidência em 2018 e chegou ao segundo turno como candidato a prefeito de São Paulo em 2020, perdendo para o então prefeito Bruno Covas (PSDB). Em 2022, foi o deputado federal mais votado em São Paulo, com mais de 1 milhão de votos.

Além dele, foram convidados outros postulantes. Nesta semana, Altino Prazeres (PSTU) será ouvido na terça (9/10); Ricardo Senese (UP), na quarta-feira (9/11); João Pimenta (PCO), na quinta-feira (9/12); e Marina Helena (Novo), na sexta-feira (13/9). A entrevista com Bebeto Haddad (DC) será no dia 16 de setembro.

Na semana passada, Ricardo Nunes (MDB) foi entrevistado, na sexta (9/6); Tabata Amaral (PSB)na quinta-feira (09/06); e Pablo Marçal (PRTB)na quarta-feira (4). José Luiz Datena (PSDB) cancelou sua participação.

A Folha e o UOL realizaram uma série de audiências com candidatos de todo o país. O ciclo de entrevistas começou no dia 10 de junho com candidatos de Belo Horizonte e está sendo realizado em 18 cidades.

Além disso, a Folha de S.Paulo e o UOL promoverão um debate com os principais candidatos a prefeito de São Paulo. A reunião da primeira rodada será no dia 30 de setembro, às 10h. Havendo segundo turno, haverá outro no dia 21 de outubro, também às 10h.



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