Bolsonaro: ‘Até Maduro deu um passinho para a direita’

Bolsonaro: ‘Até Maduro deu um passinho para a direita’



PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ironizou a repercussão das críticas feitas pelo ditador venezuelano Nicolás Maduro ao sistema eleitoral brasileiro.

“Até Maduro deu agora um pequeno passo para a direita”, disse Bolsonaro nesta sexta-feira (26) em Porto Alegre, onde esteve na convenção municipal do PL.

O ex-presidente também comentou a resposta do assessor especial do presidente Lula (PT) e ex-chanceler Celso Amorim, que minimizou as declarações do líder venezuelano. “Agora, quando ele [Maduro] discurso é crítica, e quando eu falo é crime?”, disse Bolsonaro.

Em campanha pela reeleição, Maduro afirmou nesta terça-feira (23) que as eleições na Venezuela são seguras e afirmou que as urnas eletrônicas utilizadas no Brasil são inaudíveis. Em resposta, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) cancelou o envio de observadores para acompanhar a eleição.

A visita de Bolsonaro à capital gaúcha consolidou o apoio do PL e o direito à reeleição de Sebastião Melo (MDB). O atual prefeito disputará o cargo contra a deputada federal Maria do Rosário (PT).

“O socialismo e o comunismo nunca funcionaram em nenhum lugar do mundo e não funcionariam em Porto Alegre”, disse Bolsonaro, que tem um histórico de conflitos com o pré-candidato do PT.

Os dois têm histórico de disputas judiciais, e a ex-presidente já foi obrigada por decisão judicial a pedir desculpas ao deputado em 2016. Em audiência Folha/UOL, ela disse que Bolsonaro é uma “página virada”.

Leia também: Lula se assusta com conversa de Maduro sobre ‘banho de sangue’ na Venezuela

Muito aplaudido pelo público, chamado de mito e ouvindo pedidos de “volta, Bolsonaro”, o ex-presidente fez um discurso rápido.

Bolsonaro foi apresentado pelo deputado federal Luciano Zucco, que perguntou ao microfone: “Quem é imortal, impassível e não comestível?” De volta, o público gritou o nome do ex-presidente.

A convenção do PL contou com a adesão da tenente-coronel Betina Worm, que deixou a ativa no Exército para assumir o cargo de vice-prefeita na chapa de Melo.

“O principal argumento que usaram contra a minha indicação é que o lugar do soldado é no quartel”, disse Betina. “Como cidadão brasileiro, tenho o direito de concorrer às eleições e de participar da política. E é saudável que assim seja.”

Também se juntaram outros dois militares, um deles primo do coronel Carlo Alberto Brilhante Ustra, primeiro militar reconhecido pela Justiça como responsável por torturas durante a ditadura militar e chamado de herói nacional por Bolsonaro em 2019.



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