26/11/2024 – 16:27
Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Capitão Alden (E): “Muitas pessoas expressam insatisfação e preocupação com a possibilidade de compartilhar banheiros”
A Associação das Mulheres, Mães e Trabalhadoras do Brasil (Matria) repudiou, durante debate nesta terça-feira (26), na Câmara dos Deputados, a possibilidade de compartilhamento de banheiros femininos com pessoas do sexo biológico masculino, mas que se declaram mulheres.
Celina Lazzari, que representou a entidade em audiência pública da Comissão de Educação, disse que “qualquer homem” que entre em espaço feminino é malicioso. “O facto de existirem abusadores mesmo com mecanismos de proteção não significa que tenhamos que facilitar as coisas”, disse ele.
A reunião foi proposta pelo vice-capitão Alden (PL-BA). “Muitas pessoas expressam insatisfação e preocupação com a possibilidade de compartilhar banheiros”, disse o Capitão Alden.
Alternativa proposta
No debate, a empresária e trans Sabrina Huss sugeriu um projeto de lei para que os atuais banheiros destinados a pessoas com deficiência também possam ser utilizados por pessoas trans. “É a única alternativa que vejo”, disse ele.
“Hoje não há loja ou comércio sem banheiro para pessoas com deficiência. Como a população trans é muito pequena, não haverá excesso de demanda, nada vai mudar, digo isso com a experiência de 42 anos de vida”, comentou Sabrina Huss.
Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Sabrina Huss sugeriu que pessoas trans usassem os atuais banheiros para pessoas com deficiência
Já tramita na Câmara o projeto de lei 2276/24, da deputada Julia Zanatta (PL-SC), pelo qual todos os espaços públicos de uso coletivo que exijam privacidade, como banheiros e vestiários, devem ser separados por sexo no nascimento.
Durante a audiência pública, Julia Zanatta explicou que essa proposta também determina que, quando houver banheiro com box único para pessoas com deficiência em espaços públicos, o local poderá ser considerado unissex.
Não houve diferenças entre os convidados para o debate. Além do presidente da Comissão de Educação, deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), também participaram dos deputados Dra. Mayra Pinheiro (PL-CE), Luiz Lima (PL-RJ), Otoni de Paula (MDB-RJ). audiência pública. e Sargento Gonçalves (PL-RN).
Ações no Supremo Tribunal Federal
Em março, a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir às mulheres trans o direito de usar banheiros femininos e outros espaços sem discriminação.
Antra questiona leis municipais de Cariacica (ES), Juiz de Fora (MG), Londrina (PR), Novo Gama (GO) e Sorriso (MT) que proíbem instalação, adaptação e uso compartilhado de banheiros por pessoas de sexos diferentes e biológicos diferentes .
A associação alega violação dos princípios da dignidade humana, da não discriminação e da norma constitucional que proíbe todas as formas de racismo. Em 2019, o STF classificou a homofobia e a transfobia como crimes de racismo.
As ações foram distribuídas a diversos ministros do STF, e Carmem Lúcia já determinou que autoridades da Novo Gama prestassem informações. A Procuradoria-Geral da República e a Procuradoria-Geral da República também se manifestarão.
Relatório – Ralph Machado
Edição – Georgia Moraes
Com informações do Supremo Tribunal Federal
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