Apagão e acusações voltam a pautar debate para a p…

O clima de déjà vu reinou em segundo debate para o segundo turno entre os candidatos ao Prefeitura de São Paulo. Transmitido pela TV Record em parceria com Estadãoa reunião deste sábado, 19, entre Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB) foi marcado pelas mesmas acusações e respostas do debate anterior ocorrido na segunda-feira, 14, na Band, que teve como tema central o apagão na capital paulista no dia 11 de outubro. Neste sábado, a previsão de nova tempestade desapareceu – mas a estratégia dos candidatos permaneceu a mesma.

Enquanto Nunes responsabilizava a Aneel, órgão federal que regulamenta as empresas de energia elétrica, por manter em vigor o contrato com a multinacional Enel, Boulos acusou o atual prefeito de não conseguir manter estruturalmente a cidade – por exemplo, podando árvores, já que suas quedas e quedas ramificações na fiação é um dos problemas em situações como a do dia 11. “O apagão tem mãe e pai. A mãe é Enel. O pai é Ricardo Nunes, que não fazia o básico, poda e manejo de árvores”, disse Boulos. Ao que Nunes rebateu dizendo que a intervenção só poderá ser feita pelo presidente Lula, aliado de Boulos. “Não venha dar desculpas, você é deputado federal e não fez nada.” O tema se expandiu para uma possível escassez de água, agora com concessão da Sabesp. Boulos afirmou que “a Sabesp pode virar Enel de água”, e Nunes respondeu que, por se tratar de uma privatização estatal, a regulação será mais firme.

A animosidade continuou com mais acusações em detrimento de propostas. Boulos acusou Nunes de lucrar com a Máfia da Creche e pediu que ele abrisse o sigilo de suas contas. Já Nunes sugeriu que Boulos teria sido leniente com a cisão, tendo sido relator no caso de André Janones (Avante). O tema segurança pública também gerou críticas. Boulos trouxe para a discussão o vice de Nunes, o coronel reformado da Polícia Militar Ricardo de Mello Araújo, que, quando esteve no comando da Rota, afirmou que “a abordagem policial precisa ser diferente em bairros de elite como os Jardins e na periferia”. Ao que Boulos parafraseou: “Defendo uma polícia dura com a criminalidade, mas que trate os cidadãos de forma igualitária, não como o seu deputado que defende bater no Capão Redondo e bom dia, doutor, nos Jardins”.