FOLHAPRESS – Aliados do presidente Lula (PT) e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) mediram forças pela primeira vez nesta terça-feira (9/10) em torno da sucessão de Arthur Lira (PP-AL) responsável pela Câmara dos Deputados.
A tentativa de votação do projeto de lei que trata anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 colocou os grupos de Elmar Nascimento (União Brasil-BA) e Antonio Brito (PSD-BA), de um lado, e Hugo Motta (Republicanos-PB), de outro, em campos opostos.
A primeira tentou inviabilizar a votação do tema na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara, com apoio do PT de Lula. O segundo grupo, aliado aos bolsonaristas, trabalhou para aprovar a medida. No final houve uma espécie de empate: os bolsonaristas conseguiram reunir quórum para realizar a sessão e derrubar pedidos adiados dos adversários, mas não em tempo hábil.
No final da tarde, o plenário principal da Casa deu início à sessão, que derrubou a reunião da CCJ —as comissões não podem deliberar paralelamente aos trabalhos do plenário. O mandato de Arthur Lira termina em janeiro e até o momento ele não conseguiu, como prometido, ungir um único candidato para sua sucessão.
Hugo Motta é quem, por enquanto, tem maiores chances de obter o apoio de Lira. Ele também busca a aprovação de Lula e de Bolsonaro, já tendo se reunido com ambos. Antonio Brito e Elmar Nascimento, porém, não aceitam desistir de suas candidaturas e contam com o aval de seus respectivos partidos, atualmente na base de Lula.
O “empate” na sessão da CCJ desta terça-feira entre os dois grupos mostra um ambiente acirrado nessa disputa. A comissão deve analisar novamente o tema nesta quarta-feira (9/11), mas deve haver um pedido de revisão, o que deve adiar novamente a votação.
O objetivo do União Brasil nesta terça-feira foi mostrar força e forçar o PL de Bolsonaro a voltar a negociar apoio a Elmar. A decisão de Motta – que entrou na disputa após uma reviravolta na semana passada, com a desistência do presidente de seu partido, Marcos Pereira (SP) -, de cumprir a promessa de, também em troca de apoio, reforçar o pelotão pró-anistia, hoje um dos as principais bandeiras do bolsonarismo.
A entrada de Motta na disputa foi coordenada por integrantes do governo federal, pelo próprio Lira e pelo presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI). E acabou enfraquecendo Elmar, amigo de Lira e até então considerado o favorito para receber apoio do presidente da Câmara na disputa.
Na segunda-feira (9/9), o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), enviou mensagens nos grupos de WhatsApp dos líderes da base do Executivo e dos vice-líderes do governo na Câmara para solicitar que os parlamentares não registrem sua presença na CCJ.
Diante desse movimento, o PP de Lira trocou três membros de sua bancada que integram a comissão por nomes favoráveis à aprovação do texto. Segundo relatos de dois cardeais de centro, o próprio Bolsonaro ligou para os parlamentares pedindo voto a favor da proposta.
O PL também trocou seus integrantes na CCJ para garantir votos. Isso porque Lira havia determinado que seria necessário se cadastrar fisicamente na comissão —e vários parlamentares não estão em Brasília por causa do eleições municipais.
O deputado Bolsonaro Rodrigo Valadares (União Brasil-CE), relator do projeto, apresentou parecer ampliando o alcance da proposta e sugerindo perdão para todos os atos passados e futuros relacionados aos ataques.
“A anistia também é concedida a todos que participaram de eventos subsequentes ou anteriores aos eventos ocorridos em 8 de janeiro de 2023desde que mantenham correlação com os acontecimentos acima mencionados”, diz trecho de sua proposta.
Na opinião de parlamentares governistas ouvidos pela reportagem, o relatório tal como apresentado deixa margem para a anulação da inelegibilidade de Bolsonaro —o relator, porém, rejeita essa possibilidade.
A sessão desta terça-feira foi marcada por confrontos. Deputados alinhados ao Executivo apresentaram três pedidos de inclusão de outros projetos na pauta do colegiado como forma de obstruir a votação —mas os três foram derrotados.
A presidente da CCJ, Caroline de Toni (PL-SC), afirmou ao microfone que estava ciente do movimento para esvaziar a sessão, mas que os parlamentares da oposição não dariam “aquele gostinho, porque o povo está clamando por anistia “.
Nestes pedidos, tanto o União Brasil como o PSD aconselharam obstrução. A deputada Cezinha Madureira (PSD-SP), porém, apelou ao presidente do partido, Gilberto Kassab, e a Brito para que revisem essa posição —e autorizem a liberação da bancada.
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“Há outros deputados do PSD que não concordam com a orientação do Presidente Kassab [obstrução]. Ontem conversei longamente com o líder Brito sobre esse tema. Quero fazer aqui um apelo à liderança do PSD, ao presidente Kassab e ao líder Brito, que é candidato a presidente desta Câmara”, disse.
“Numa questão como essa temos que ser coerentes, temos pessoas condenadas a 18 anos de prisão. Independentemente de ser um momento eleitoral ou não, acho que temos que respeitar a vontade do parlamentar que foi eleito pelo povo e é o povo que estou a clamar publicamente ao líder Brito e pedimos-lhe que liberte a bancada”, disse.
Guimarães, por sua vez, fez um apelo durante a sessão para que a discussão do projeto ocorresse em outro momento, e não nas vésperas das eleições autárquicas. “Vamos deixar essa votação para depois. E não fazer da nossa relação uma plataforma de insultos. Isso é inaceitável. Apelo aos partidos de base. Pode até haver partidos de base que concordem, mas não é hora de discutir isso” , ele afirmou.
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