Alternativa de Pacheco ao RRF não deve ter solução rápida

Alternativa de Pacheco ao RRF não deve ter solução rápida



Anunciado na última terça-feira (7/9), o Programa de Pagamento da Dívida do Estado (Propag) formalizou no Congresso Nacional a proposta que vem sendo construída pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), desde o final do ano passado. Este novo capítulo da novela da dívida bilionária de Minas Gerais com a União foi avaliado com otimismo em diferentes escalas por autoridades e economistas mineiros. A eficiência do plano e sua capacidade de equilibrar os mais de R$ 160 bilhões devidos pelo Estado são vistas sob perspectivas cada vez mais esperançosas, mas, em meio a um cenário ainda incipiente, o que se pode esperar com certa certeza é que este a dívida, que já soma quase três décadas de negociações, atrasos e discussões, está longe de ser um fechamento simples e rápido.

Contratada em 1998, a dívida de Minas Gerais só aumentou sob diversos índices de juros e sete governadores de cinco partidos. Tema central nas duas últimas campanhas eleitorais que tiveram Romeu Zema (Novo) como vencedor ao adotar um discurso a favor do Regime de Recuperação Fiscal (RRF) como alternativa, a tendência é que a dívida mineira continue a subir em os debates em 2026 e nas eleições subsequentes.

A Propag apresentou-se como uma alternativa menos austera ao MRR e com mais mecanismos de pagamento das dívidas do Estado. Em linhas gerais, o programa cria instrumentos para redução dos 4% cobrados além do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Os estados podem federalizar ativos que reduzam o índice em um ponto percentual se o valor atingir 10% do estoque da dívida e em dois pontos percentuais se atingir 20%. Outro ponto percentual pode ser retirado se a economia obtida com a redução de encargos for aplicada em investimentos no próprio estado. A redução de mais um ponto percentual diz respeito a uma contribuição para um fundo de equalização para atender todos os estados da federação.

O plano, porém, ainda apresenta vários pontos que levantam dúvidas sobre sua eficácia. Eulália Alvarenga, especialista em gestão pública e membro da Coordenação Executiva da Associação Brasileira de Economistas pela Democracia, destaca pontos do projeto de Pacheco que ainda precisam ser apresentados de forma mais específica e deixar espaço para negociações políticas que tornem a adesão à Propag tão importante. caminho lento como ingressar no RRF.

“O texto do projeto estabelece que os estados têm 12 meses, após a assinatura, para se adequarem aos termos do plano. Então, por enquanto, ainda é um rascunho. A situação vai melhorar, mas não sabemos se será suficiente para resolvê-la ou se a dívida continuará para sempre”, afirma o economista. Ela destaca ainda que o plano não define pontos como a obrigação de parcelamento da dívida durante o período de ajuste, o que exige negociações políticas.

Ao tratar de uma hipotética adesão à Propag, Alvarenga ressalta que a União deve se interessar tanto pelos ativos que os estados têm a oferecer quanto endossar a adequação dos critérios de investimento com os recursos economizados e o aporte para o fundo de equalização interestadual. “Tudo isso tem que ser aprovado pelo Sindicato. Que investimento será feito, por exemplo. Não basta o Estado alegar que destinou recursos para a educação profissional se não houver aprovação da União para a redução do ponto percentual do índice de juros da dívida. O mesmo vale para a forma como será feito o aporte ao fundo de equalização”, analisa.

A discussão parece, portanto, complexa. Embora a percepção generalizada seja de que se trata de uma alternativa mais viável que o MRR, as especificidades de cada estado e os requisitos de adequação impostos pela União suscitam debates que podem esbarrar em questões como a interferência entre diferentes partes do pacto federativo. Outro ponto é o tempo. A Propag planeja quitar dívidas em 30 anos. Nesse período, a adequação às prerrogativas do plano pode variar de acordo com a realidade e governo de cada estado e até mesmo o IPCA está sujeito a alterações que influenciam na capacidade de pagamento das parcelas.

Ativos do Estado

Desde que Rodrigo Pacheco começou a promover uma alternativa ao RRF no final do ano passado, seus interlocutores em Minas, como deputados estaduais e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD-MG), tratam as estatais sob a gestão do governo de Minas Gerais como os principais ativos a serem envolvidos em uma negociação direta de dívida. Na infinidade de reuniões, entrevistas e propostas apresentadas por atores de diversas esferas e espectros políticos envolvidos na discussão, a federalização da Copasa, Cemig e Codemig foi argumento constante. “Não vi ninguém realmente determinando o valor de mercado dessas empresas. Meu medo é que isso seja feito num piscar de olhos, como foi feito na década de 1990, quando o estado cedeu a Ceasa, a Casemg e diversas ações estatais. Esse prazo é muito corrido e hoje trabalhamos com muitos palpites”, afirma Eulália Alvarenga.

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O economista destaca ainda que Minas hoje tem basicamente imóveis e empresas estatais como ativos comercializáveis. Ela questiona que o principal crédito transferível à União já tenha sido negociado quando os cerca de R$ 135 bilhões de receitas perdidas vinculadas à suspensão da arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) pela Lei Kandir foram reduzidos para R$ 8 , 7 bilhões após acordo jurídico firmado entre Zema e o governo federal em 2020.

Os cenários hipotéticos para solução de dívida de bilhões de dólares

O projeto apresentado pelo presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para quitar dívidas estaduais com a União não foi recebido por unanimidade entre as autoridades potencialmente envolvidas nas negociações. Em Minas Gerais, por exemplo, mesmo que a proposta tenha recebido elogios nos poderes Legislativo e Executivo, há diferentes níveis de otimismo em relação tanto às condições de adequação às prerrogativas da alternativa quanto ao enquadramento das parcelas da dívida no orçamento .

Entusiastas da ideia, como o presidente da Assembleia, Tadeu Martins Leite (MDB), chegaram a montar um cenário fiscal hipotético nos moldes sugeridos pelo senador. O economista ouvido pelo Estado de Minas, João Batista Soares, auditor fiscal da Receita Federal do estado e vice-presidente do Sindicato dos Servidores de Tributação, Fiscalização e Arrecadação do Estado de Minas Gerais (Sinfazfisco-MG), também sugere diferentes contextos no qual a dívida do bilionário é igualada. Segundo ele, Minas nunca teve uma situação de fluxo de caixa tão confortável, com R$ 37 bilhões em caixa por não pagar a dívida, por isso tem plena capacidade de retomar o pagamento.

Horas depois de Pacheco apresentar o Programa de Pagamento Integral das Dívidas do Estado (Propag) no Congresso Nacional, Tadeu Leite concedeu entrevista coletiva para discutir o projeto de lei complementar. Na ocasião, o deputado estadual elogiou a alternativa e apresentou um cálculo para defender a viabilidade de resolver a dívida mineira nos moldes propostos pelo senador.

“Se tivermos uma redução de cerca de R$ 40 bilhões, o que equivale a cerca de 24% da nossa dívida, mais o perdão desses dois por cento, estamos falando de uma parcela de cerca de R$ 8 bilhões para Minas Gerais. Desse valor, R$ 6 bilhões são para pagamentos vitalícios e R$ 2 bilhões vão para o fundo e serão reinvestidos em infraestrutura, segurança pública ou educação, conforme anunciado. É uma parcela que, de certa forma, já estava prevista dentro do Orçamento do Estado pela rubrica que foi encaminhada à Assembleia”, projetou o deputado.

O texto inicial da Propag apresenta quatro instrumentos para que os estados reduzam o índice de juros da dívida, atualmente fixado com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mais 4% do estoque da dívida. As entidades devedoras podem reduzir a alíquota em um ponto percentual se utilizarem ativos estatais como as empresas Copasa, Cemig e Codemig para reduzir 10% da dívida. A redução pode chegar a dois pontos percentuais caso chegue a 20% do valor total. Há também a possibilidade de redução de um ponto percentual caso a economia da redução seja aplicada em investimentos nas áreas de educação, infraestrutura, segurança e saneamento no estado.

Outro ponto percentual é removido através da contribuição para um fundo de equalização” das dívidas do Estado. Se o estado cumprir todas as exigências, a dívida terá apenas o IPCA como indexador. Em cenário simulado pelo auditor da Receita estadual, economista João Batista Soares, se Minas cumprir todos os pontos do projeto de Pacheco pagaria uma parcela mensal de cerca de R$ 475 milhões para resolver o total da dívida ao longo dos 30 anos propostos no mandato do senador. plano. Esse cálculo é feito com base em um cenário em que o IPCA anual é de 4%.

Com IPCA anual de 5%, por exemplo, a parcela subiria para R$ 539 milhões. Como o índice é variável, trata-se apenas de uma estimativa das parcelas ao longo das três décadas de vigência da Propag. O valor anual desembolsado nos dois cenários propostos seria de R$ 5,7 bilhões e R$ 6,46 bilhões. Atualmente, sem aderir a nenhum programa de renegociação de dívidas, o Governo de Minas trabalha com o cálculo de R$ 22 bilhões a serem pagos em 2025.

Soares acredita que o projeto de Pacheco, apesar de abranger todos os estados endividados, teve Minas Gerais como base para a construção das contrapartidas. Um dos pontos apresentados pelo economista é que as estatais mineiras representam um ativo mais relevante do que nos cenários do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, por exemplo. Outra questão é a reserva acumulada nos cofres do governo Romeu Zema (Novo) devido ao não pagamento das parcelas da dívida desde o primeiro ano de mandato.

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“Minas Gerais nunca teve uma situação de fluxo de caixa tão confortável. Zema não pagou nenhuma dívida, então acumulou um enorme colchão de caixa e tem R$ 37 bilhões em caixa. (Com a Propag), o Estado terá condições de pagar integralmente, se quiser”, analisa o economista. No final de 2018, ainda no governo de Fernando Pimentel (PT), Minas Gerais conseguiu suspender o pagamento das parcelas da dívida do Supremo Tribunal Federal (STF). Os efeitos da decisão expirariam em dezembro do ano passado, mas Zema conseguiu a prorrogação em dois pedidos, o último feito em abril. O prazo atual termina no dia 20 de julho, mas o Executivo estadual já solicitou nova prorrogação diante da promessa de a Propag tramitar em Brasília.

Fachin estabelece prazo para Zema e Pacheco

O vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, convocou o governo mineiro e o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para se manifestarem até o dia 20 de julho sobre a prorrogação do pagamento da dívida de Minas Gerais com a União.

A decisão ocorre após a Advocacia-Geral da União (AGU) solicitar ao STF a retomada do pagamento. No dia 20 termina o prazo da última prorrogação concedida pelo STF ao governo de Minas. No despacho, Fachin determina que Pacheco forneça as “informações que julgar oportunas, tanto quanto possível à luz do informado Programa de Pagamento da Dívida do Estado (Propag) – PLP 121/2024”, no prazo estabelecido.

O vice-governador Mateus Simões (Novo) considerou natural a manifestação da AGU, mas espera que o STF conceda nova prorrogação solicitada pelo governo mineiro para manter a suspensão do pagamento das parcelas.



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