Ainda estamos aqui esperando o pedido de desculpas…

O Forças armadas Eles devem um pedido de desculpas ao Brasil. Eles devem um pedido de desculpas a Eunice Paiva! Eles devem um pedido de desculpas a Clarice Herzog. A todos os mortos e abusados ​​pela ditadura militar e às suas famílias.

Como país, o Brasil perde a oportunidade de punir os torturadores da ditadura militar. Eles estão envelhecendo em suas casas pacificamente, recebendo salários pagos por nós. É uma bagunça sem fim!

Exército, Marinha e Força Aéreaaqueles que recentemente – e não por acaso – tiveram oficiais envolvidos em mais uma tentativa golpista/bolsonarista contra a democracia brasileira, sabem quem são.

As investigações jornalísticas e da Comissão da Verdade, um tímido avanço em relação às inúmeras violações dos direitos humanos ocorridas entre 1964 e 1985, revelaram alguns desses criminosos. Há mais!

Mas as Forças Armadas escondem informações que deveriam ser públicas, concedendo medalhas, homenagens e prêmios a quem torturou, estuprou e matou em prédios públicos ou em aparatos clandestinos de terror, como a Casa da Morte. Eles pagam pensões.

Fiquei cara a cara com dois desses torturadores. Além de viverem com tranquilidade, bebendo cerveja nas tardes de domingo, deitados em redes em grandes casas de praia, também se sentem fortalecidos pelo bolsonarismo e pela impunidade que os protege, criada na vergonhosa Lei de Anistia.

Um dos réus do caso Rubens Paiva, o general José Antonio Nogueira Belham, não só nunca foi condenado, como foi elevado ao posto de marechal.

Este acordo brasileiro tem tentáculos além dos militares. Atuaram no maior acobertamento de crimes imprescritíveis e crimes contra a humanidade no país pós-escravidão, sempre protegidos pelo muro de uma anistia que deveria ter sido derrubado anos atrás.

Bom, no Brasil ela perdoou os militares. O Supremo Tribunal Federal, por exemplo, vergonhosamente não revisou a lei e os torturadores se agarram a ela até o fim para evitar processos. Nem sei se há mais tempo.

A cada dia que passa há menos chances de qualquer ato de Justiça. Esta segunda-feira, 6, histórica para o Brasil com a vitória do Fernanda Torres No papel de Eunice, a pergunta que fica é: qual a força política de uma vitória no Globo de Ouro?

Mais e mais pessoas verão o filme Valter Salles. Mais e mais pessoas lerão o livro Marcelo Rubens Paiva. É preciso que aconteça um pedido de desculpas: “a sociedade foi Rubens Paiva, não os bandidos que o mataram”.

Ainda estamos aqui, esperando…