A síndrome do flanelinha | VEJA

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Todo mundo que já dirigiu para um show ou jogo de futebol conhece a sensação de estar cercado por um estacionamento ao estacionar perto do estádio. O cara se oferece para cuidar do carro enquanto você estiver fora, mas uma ameaça está implícita na negociação: se ele não receber adiantado, é provável que quando você voltar encontre a carroceria do carro arranhada ou o pneu furado. Pagar antecipadamente envolve confiar na ética da flanela. Ele poderia pegar o dinheiro e desaparecer, e o carro poderia ser roubado. Não há atendimento ao cliente no mundo da flanela.

O futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolovive essa mesma síndrome multiplicada por um milhão. Se ele fizer um discurso mais leve sobre juros, Faria Lima o ameaça com pressão sobre o dólar. Se ele der uma entrevista mais dura sobre juros, a reação do petista é que está se vendendo ao mercado. Se falar demais, o atual presidente Roberto Campos Neto faz questão de apontar publicamente que ainda está no comando. Se ele modular seu discurso com o de Campos Neto, o mercado o chama de fraco.

Dono de um carro próximo ao estádio do Palmeiras, seu time preferido, Galípolo está tendo que pagar adiantado por boa vontade com o mercado e sem garantia de retorno. Nas últimas três semanas, Galípolo deu quase vinte palestras e entrevistas nas quais reforçou a preocupação com a inflação, num recado ao mercado de que sua gestão não será leniente.

Na sexta-feira, a gestão do Galípolo fez as primeiras intervenções no mercado de câmbio livre desde 2022, forçada pelo vencimento de US$ 2 bilhões no rebalanceamento do índice EWZ (ETF MSCI Brasil), que incluirá mais empresas como Nubank, Inter, XP, PagSeguro e Stone. Os US$ 1,5 bilhão oferecidos pelo BC foram consumidos em minutos. Mesmo com a intervenção, o dólar subiu 0,5 ponto percentual e no mesmo dia, em palestra na XP, Campos Neto admitiu que “se for preciso fazer mais intervenções, nós o faremos”. Foi um sinal desnecessário de fraqueza. Nesta segunda-feira, o BC realizará novo leilão.

Galípolo, que já está sob teste na sua política monetária, ficará agora também sob pressão na sua política cambial.

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A nomeação de Galípolo resultou numa sexta-feira única na história, em que Lula foi mais agressivo que Campos Neto. Em entrevista, Lula da Silva afirmou que “se um dia o Galípolo me disser que têm que aumentar os juros, ótimo. Se você tiver que baixá-lo, faça o download. Mas ele precisa de uma explicação.” Foi a declaração mais explícita de Lula de apoio à autonomia do BC.

Uma hora depois, Campos Neto foi bem mais brando: “Se e quando houver um ciclo de ajuste nas taxas de juros, esse ciclo será gradual”, empurrando as apostas para o próximo Copom para um aumento de 0,25%, e não de 0,5% como alguns corretores imaginaram.

Se o Copom dos dias 17 e 18 realmente subir na taxa menor, não vai faltar gente para culpar Galípolo. É um risco. Ninguém ordenou que as pessoas fossem ao estádio de carro.



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