A pressão do TCU sobre o relator dos cartões corpo…

A pressão do TCU sobre o relator dos cartões corpo…


Com o Presidente Lula chegando à metade do seu mandato, os ministros da Tribunal de Contas da União (TCU) vem pressionando o ministro Aroldo Cedraz para finalmente liberar o processo de auditoria do cartões corporativos do governo federal, um arsenal de despesas confidenciais que mapeia gastos com segurança, alimentação e viagens do petista e que, dependendo dos ventos políticos, é capaz de gerar embates parlamentares e tensão na chefia do Executivo.

A decisão de Cedraz de não levar o tema à análise dos outros oito ministros do TCU é interpretada pelos membros da Corte como uma estratégia de negociação. Obrigado a se aposentar compulsoriamente em 2026, aos 75 anos, Cedraz é apontado como um dos integrantes do tribunal disposto a antecipar sua saída do cargo no contexto dos esforços que reuniram apoio ao nome de Hugo Motta (Republicanos –PB ) como sucessor de Arthur Lira na Presidência da Câmara dos Deputados. Interlocutores do tribunal afirmam que, em troca de uma reforma antecipada, poderia ser-lhe oferecido um cargo numa organização internacional ou embaixada.

O acervo de informações em poder de Aroldo Cedraz inclui desde gastos com motos antigas do ex-presidente Jair Bolsonaro até gastos durante a transição governamental e frequentes desembolsos da Presidência da República no governo Lula. O ministro não tem prazo para discutir o tema no Plenário. Recentemente, o monitoramento pelo TCU dos chamados cartões de pagamento do governo federal ocorre por meio de auditorias contínuas, o que permite ao Executivo ser informado imediatamente sobre possíveis problemas e corrigi-los nos meses seguintes.

Cartões corporativos no governo Bolsonaro

VEJA revelou em 2022 as despesas sigilosas pagas com cartões corporativos dos primeiros anos do governo Bolsonaro. Foram mais de 16 milhões de reais em viagens do então presidente, vice Hamilton Mourão e sua equipe de apoio entre janeiro de 2019 e março de 2021, assim divididos: 2,82 milhões de reais em hospedagem no primeiro ano de governo, 3,84 milhões de reais em 2020 e 921,3 mil reais até março de 2021. Foram gastos 2,59 milhões de reais com alimentação. Na rubrica de serviços de apoio administrativo, que nas viagens incluem despesas aeroportuárias e serviço de bordo, por exemplo, os desembolsos atingiram 6,32 milhões de reais no período.



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