A meia-volta de Flávio Dino na guerra das emendas

A meia-volta de Flávio Dino na guerra das emendas



Dois dias depois casar e veja o seu Botafogo conquistar o título inédito da Libertadores da América, o ministro Flávio Dino concordou em liberar emendas parlamentares nesta segunda-feira, 2. A decisão não ocorreu em clima de lua de mel com o Congresso, como esperavam alguns parlamentares, mas representa um importante avanço em um momento em que o governo do qual o ministro fazia parte até recentemente precisa da boa vontade dos parlamentares para aprovar o pacote fiscal.

Na semana passada, o vice-líder do governo no Congresso, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), disse ao PlatôBR que o Palácio do Planalto já contava com a divulgação das emendas por Dino para melhorar o ânimo de deputados e senadores e, assim, obter a aprovação das medidas de ajuste.

“O clima no Congresso está péssimo por causa da suspensão das emendas do Flávio Dino (ministro do STF). E estamos chegando ao fim do ano. pagamentos, muito desse dinheiro será perdido. Isso cria animosidade dentro do Congresso. Se a questão das emendas não for resolvida na próxima semana, não haverá tempo para votar tudo isso e as pessoas não poderão votar”, disse Zarattini. disse Gilberto. Aniversário.

Visto como um dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) mais próximos de Lula, não só por ter sido indicado por ele, mas também por ser seu ministro da Justiça, Dino manteve restrições para garantir transparência e rastreabilidade dos gastos públicos, mas não resolveu a necessidade mais premente dos congressistas.

Logo após a decisão, Dino solicitou ao presidente do tribunal, ministro Luís Roberto Barroso, que submetesse com urgência o caso ao plenário virtual, o que foi prontamente respondido. A votação foi aberta às 18h e, em menos de uma hora, a solução de Dino já havia sido ratificada por outros cinco ministros: o próprio Barroso, Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Gilmar Mendes e Dias Toffoli. A maioria, portanto, já estava capacitada.

Dino condicionou a divulgação das chamadas emendas do relator, aquelas que constavam do Orçamento Secreto, desde que identificado o autor. Cabe ao executivo avaliar a transparência e a divulgação caso a caso. No caso das alterações do Pix anteriores a 2025, o ministro estabeleceu o prazo de 60 dias para apresentar um plano que detalhe como serão gastos os recursos.

As alterações de bancada não podem ser rateadas e aquelas destinadas às ONGs devem ser publicadas na internet. As alterações para a área da saúde exigem indicação técnica do gestor federal, com aprovação dos comitês que regem o Sistema Único de Saúde (SUS).

A partir do ano que vem, todas as alterações só serão divulgadas com a apresentação dos detalhes —e das contas específicas por onde o dinheiro passará.

A decisão de Flávio Dino também limita a evolução do valor gasto com emendas parlamentares com base no Orçamento da União. O ministro destacou, na decisão, que bilhões de reais tiveram “origem e destino incertos e desconhecidos” nos últimos anos.

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Escreveu ainda que é “pouco crível que a execução de bilhões de reais de dinheiro público tenha ocorrido sem cartas, e-mails, planilhas, ou que tais documentos existissem e fossem destruídos no âmbito dos Poderes Legislativo ou Executivo”.

Juntas, as emendas parlamentares pagas entre 2019 e 2024 atingiram R$ 186,3 bilhões.



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