É do conhecimento do presidente Lula o desejo do ministro da Defesa, José Múciopara deixar o governo. No final de 2024, os dois conversaram sobre o assunto. Na época, o ministro se comprometeu a deixar ao cacique uma lista com três indicações de nomes qualificados para substituí-lo. O agente teria ficado chateado com a intenção do auxiliar de abandonar o navio. Qualquer demissão, caso ocorra, deverá ser realizada no âmbito da prevista reforma ministerial.
O presidente e o ministro são companheiros de longa data. Múcio foi o responsável pela articulação política no segundo mandato do petista. Em 2023, deixou a aposentadoria de lado para assumir a espinhosa tarefa de pacificar as relações entre Lula e as Forças Armadas, que tinham quadros capturados politicamente pela gestão de Jair Bolsonaro e, como demonstraram investigações da Polícia Federal, envolvidos em uma trama golpista para manter o capitão no poder. poder.
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Desde que assumiu o cargo, Múcio sofreu com fogo amigo. Na esteira da invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em janeiro de 2023, influentes petistas defenderam sua demissão da Defesa e sugeriram que ele fosse substituído pelo vice-presidente Geraldo Alckmin. O ministro resistiu à fritura. Em conversas privadas, ele costuma afirmar que os ataques do PT, cuja imagem não é das melhores entre os militares, o fortalecem no posto. Ele também defende que sua missão não é agradar ao partido, mas suavizar os limites entre Lula e o quartel, o que tem sido feito, como o próprio patrão reconhece.
Resistente
Como há muitos interessados na reforma ministerial e poucos dispostos a abrir mão de suas vagas, intensificou-se a pressão para substituição de ministros sem apoio partidário ou que são alvo de críticas de membros da aliança governista. Múcio não foi indicado por nenhuma sigla e, portanto, se enquadra nesse perfil. Sua saída, segundo os políticos, abriria espaço para Lula reorganizar seu elenco, dando mais poder aos líderes partidários.
Com cinco mandatos como deputado federal, Múcio está ciente dessas pressões e sairia sem reclamar. Ele sempre deixou o cargo disponível. Ele estava sempre preparado para deixar o departamento. Ele sempre brincou dizendo que está prestes a ser demitido. Mas, até agora, sempre contou com o apoio de Lula, que detém a pena que nomeia e demite. Não será surpresa se o presidente mantiver, mais uma vez, o mais “resignado” de seus auxiliares, que tinha férias marcadas para janeiro, mas, segundo seu assessor, decidiu continuar trabalhando em Brasília.
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