A estratégia de Paes para garantir o apoio dos eva…

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A pouco mais de uma semana das eleições municipais, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), voltou a investir no eleitorado religioso, de olho em garantir a reeleição no primeiro turno. Neste sábado, 28, ele participa de evento com cerca de 300 líderes evangélicos, como o bispo Abner Ferreira, presidente do Ministério Assembleia de Deus de Madureira. E publicou, esta sexta-feira, um vídeo em que defende o apoio que recebeu de dirigentes, após críticas nas suas publicações nas redes.

A preocupação se baseia no que mostrou a pesquisa mais recente da Quaest, divulgada no dia 18 de setembro. Segundo a pesquisa, Paes continua liderando com 57% das intenções de voto, o que indica possibilidade de vitória no primeiro turno. Mas entre os eleitores evangélicos, é de 45%. E em comparação ao cenário anterior registrou queda de nove pontos percentuais, enquanto o bolsonarista Alexandre Ramagem (PL) cresceu sete pontos e chegou a 25%. O mesmo se verificou entre os católicos: o candidato do PSD caiu de 68% para 61%, enquanto o candidato do PL passou de 12% para 22%.

Coordenador da campanha de Paes pelos eleitores religiosos, o deputado federal Otoni de Paula (MDB/RJ) atribui a queda a uma “tentativa de descrédito” feita pelo bolsonarismo contra lideranças e fiéis que apoiam o prefeito. Isso estaria acontecendo por meio de uma rede de ataques online, por meio de comentários em postagens, por exemplo, o que o parlamentar chama de “máquina de esmagar a reputação do bolsonarismo junto aos evangélicos”. Com a nova ofensiva para garantir o voto desses eleitores, a equipe eleitoral de Paes pretende “travar”, nas palavras de Otoni, esse movimento.

“Nossa estratégia é barrar essa tentativa de descredibilizar lideranças evangélicas que caminham com Eduardo. Existe uma máquina para moer a reputação do bolsonarismo junto aos evangélicos. Como se a igreja fosse obrigada a caminhar por onde andam os bolsonaristas. Como se os líderes tivessem perdido a autonomia”, afirma.

‘Agenda sagrada’

Neste sábado, Paes terá encontro marcado às 15h no Centro de Convenções do hotel Hilton, na Barra da Tijuca, onde estará com pequenas lideranças evangélicas, além de grandes figuras religiosas, como o bispo Abner Ferreira. Outro retrato dessa resposta foi publicado nesta quinta-feira, 27, nas redes sociais de Paes. O prefeito compartilhou um vídeo em que defende o apoio de lideranças evangélicas, além de sua presença nas igrejas para fazer campanha. No registro, ele lê críticas publicadas em suas postagens, antes de comentá-las.

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“Estão tentando a todo custo desqualificar centenas de pastores, missionários e artistas evangélicos por terem declarado apoio à minha reeleição. A cegueira da ideologia é tão assustadora que chega a desafiar a autoridade de líderes que há décadas realizam um trabalho sério de evangelização”, afirma Paes, antes de destacar seu envolvimento político com esse segmento religioso.

Desde o início da campanha eleitoral, o prefeito tem apoiado e se reunido com grandes lideranças evangélicas de diversas áreas, como a Igreja Universal do Reino de Deus, a Assembleia de Deus e a Igreja Batista Atitude, por exemplo. O diálogo de Paes com esse segmento inclui inclusive o pastor Silas Malafaia, ferrenho defensor do bolsonarismo, mas que declarou que permaneceria neutro nas eleições do Rio devido ao bom relacionamento com o prefeito.

Prefeito Eduardo Paes (PSD) junto com o Arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, em reunião nesta sexta-feira (Reprodução/Instagram)

A agenda tem sido extensa. Nesta sexta-feira, o prefeito publicou a ata de um encontro com o líder presbiteriano Isaías Maciel. E esteve na Escadaria Monte das Orações de Jacó, em Irajá, Zona Norte, que está em fase final de construção. Na quarta-feira, Paes foi à Igreja Universal da Abolição, também na Zona Norte do Rio, ao lado do bispo e vereador candidato à reeleição Inaldo Silva (Republicanos). E, na segunda-feira, compartilhou outra foto de um encontro com o arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, o que também indica seu apelo aos católicos, religião da qual também é adepto.

Atalho para o bolsonarismo

Na verdade, a tentativa de chegar aos eleitores religiosos tem sido a prioridade da campanha de Ramagem. Na opinião do coordenador da equipe de Bolsonaro, Bruno Bonetti, esse é o melhor caminho para o nome do PL crescer e chegar ao segundo turno.

Para tanto, Ramagem explorou sua associação com o presidente Jair Bolsonaro, seus filhos e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que tendem a ter bons votos entre os evangélicos no Brasil, e também no estado do Rio. A ideia, já que Paes conta com o apoio dos grandes líderes, tem sido buscar o apoio dos fiéis com um “trabalho de formiguinha”, e destacando o conservadorismo.

Para as próximas ações da campanha de Ramagem, o discurso continuará sendo “estabelecer contrastes” entre ele e Eduardo Paes, vincular a imagem do prefeito à rejeição ao presidente Lula no Rio e explorar temas da agenda ideológica, como o aborto, a política de medicamentos e antipetismo.





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