A dupla ameaça que o avanço de Marçal traz para a…

A hegemonia do bolsonarismo à direita foi testada desde que o candidato do PRTB, Pablo Marçal, entrou na disputa pela prefeitura de São Paulo. Apesar do ex-presidente declarar apoio ao prefeito Ricardo Nunes, o treinador tem crescido nas pesquisas entre os eleitores que votaram no capitão.

Esse rápido avanço surpreendeu até o clã Bolsonaro, que logo tentou se unir contra o influenciador, que despontou como um dos favoritos na disputa na capital paulista, usando artifícios semelhantes aos usados ​​por Bolsonaro, quando conquistou a presidência de forma inusitada, em 2018.

Com amplo engajamento nas redes sociais, Marçal se posiciona como o candidato antissistema, faz uma campanha agressiva contra seus adversários e destaca importantes questões de direita, como a importância da família, da religião e dos valores morais.

Mesmo não apresentando propostas claras e evitando questionamentos, o treinador apareceu na pesquisa Datafolha, desta quinta-feira, 22, com 21% das intenções de voto, à frente do atual prefeito, que tinha 19%, e logo atrás do candidato do PSOL , Guilherme Boulos, com 23%, portanto empatado tecnicamente com ambos.

Em entrevista ao programa Ponto de Vista, Yuri Sanches, diretor de análise política da Atlas Intel, disse que ainda é cedo para decidir quem irá ao segundo turno, mas que há chances reais de Marçal concorrer com Boulos. A grande rejeição entre os três, porém, mostra que o eleitor ainda não se decidiu e está reformulando seu voto.

Mesmo que o cenário não seja tão consistente e consolidado, o medo que surge tanto para Nunes quanto para Bolsonaro é grande. Por um lado, o prefeito perde votos da direita, por outro, o ex-presidente vê parte do seu público identificada com Marçal.

Os bombeiros logo agiram para atacar o candidato do PRTB e até Bolsonaro trocou farpas com Marçal nas redes sociais, após flertar diversas vezes com o influenciador.

Parece que o tímido apoio de Bolsonaro ao prefeito precisará ficar claro e Nunes terá que perder o medo de se associar ao ex-presidente. Mesmo assim, a estratégia pode ter chegado tarde.