A briga pelo ninho bolsonarista: Lula e o ex-presi…

A briga pelo ninho bolsonarista: Lula e o ex-presi…


Reduto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o Rio de Janeiro foi onde ele seguiu toda a sua carreira política até chefiar o Planalto. O estado, portanto, tem um lugar especial nos planos políticos da família, e recebeu grande atenção do bolsonarismo em 2024, apesar de uma aposta frustrada na capital fluminense, durante as eleições municipais deste ano. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apesar de ter origem política em São Paulo, intensificou suas aparições no Rio nos últimos meses, impulsionado pela aliança com o prefeito carioca, Eduardo Paes (PSD), e pela cúpula do G20. . E em um ano de luta pelo poder, foi empate: os dois líderes estiveram em pautas no Rio de Janeiro mais de 15 vezes.

O grande volume de aparições de Lula e Bolsonaro no Rio simboliza a importância política do estado nas últimas eleições. Apoiadores de maioria de Bolsonaro, o eleitorado carioca, o terceiro maior do país, deu a vitória ao capitão da reserva nas eleições presidenciais de 2018 e 2022. Também por isso, o petista buscou nos últimos anos estabelecer alianças com políticos cariocas como Paes, com quem alinhou duplas ao longo de 2024, buscando reverter sua rejeição local.

E, diante das maratonas realizadas pelos dois líderes, VEJA reuniu os compromissos cumpridos por Lula e Bolsonaro no estado, com base nas agendas públicas da dupla.

Inaugurações e diplomacia

Presidente Lula e prefeito Eduardo Paes durante posse no Rio de Janeiro (Ricardo Stuckert/PR/Divulgação)

A lista de agendas públicas do presidente Lula vai desde eventos eleitorais até reuniões com grandes líderes globais.

Os primeiros atos com o presidente aconteceram na Baixada Fluminense, ainda em fevereiro deste ano. A região, uma das mais populosas do estado, é majoritariamente bolsonarista. Lá, no dia 6, participou das inaugurações de um conjunto habitacional em Magé e de uma escola na cidade de Belford Roxo, até então comandados por Waguinho (Republicanos), outro de seus aliados políticos cariocas.

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No dia seguinte, foi à capital fluminense inaugurar mais uma escola com o prefeito Eduardo Paes. E voltaria no final do mês, no dia 23 de fevereiro, para a cerimônia de inauguração do novo Terminal Gentileza, no centro da cidade.

Em abril, ele se reuniu novamente com Paes no dia 2 para outra pauta: a inauguração do IMPA Tech. E, no dia 4 de maio, participou da entrega de unidades do Minha Casa Minha Vida no estado, já em plena pré-campanha. O prefeito, que era candidato à reeleição, teve como principal adversário o bolsonarista Alexandre Ramagem (PL) e conseguiu se eleger por mais quatro anos.

No mês de junho, Lula alinhou mais uma vez compromissos no Rio. Do dia 11 ao dia 30, ele esteve na cidade mais cinco vezes. Entre as pautas, a posse de Magda Chambriard como presidente da Petrobras, um fórum internacional de investimentos e a premiação da Olimpíada de Matemática —mais uma vez, aparecendo ao lado de Paes.

Lula retornaria ao estado no dia 24 de julho, para evento da Aliança Global contra a Fome, e no dia 12 de setembro, quando cumpriu agendas da área de Cultura no Museu de Arte Moderna do Rio e no Armazém da Utopia.

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Os compromissos com a cúpula do G20, sediada na capital carioca, dominaram a reta final do PT. De 4 a 19 de novembro, Lula esteve cinco dias no Rio para conferências, reuniões e cerimônias, ao lado de seus ministros e líderes globais.

Mensagens em Copacabana e o momento eleitoral

Presidente Jair Bolsonaro em manifestação com apoiadores na orla do Rio de Janeiro
Presidente Jair Bolsonaro em manifestação com apoiadores na orla do Rio de Janeiro (Fernando Brazão/Agência Brasil)

Bolsonaro, por sua vez, aproveitou o ano eleitoral para percorrer municípios que considera estratégicos para o seu futuro político. Em janeiro, por exemplo, ele esteve em sua casa na cidade de Angra dos Reis, na Costa Verde do Rio de Janeiro, durante o 8 de janeiro, que marcou um ano dos ataques golpistas em Brasília. Naquela época, não havia grandes agendas públicas, embora ele se reunisse com apoiadores nas ruas da cidade, em locais vizinhos, como Ilha Grande, e na capital fluminense.

Dois meses depois, já em clima de pré-campanha, o ex-presidente esteve no dia 15 de março na cidade de Maricá, reduto do PT no estado, em evento com aliados e apoiadores. Aproveitou o período em seu estado natal para ir às cidades de Saquarema, Araruama, São Pedro d’Aldeia, Cabo Frio e Búzios, na Região dos Lagos. Os atos, em conjunto com políticos do PL, também serviram para semear candidaturas apoiadas pelo ex-chefe do Planalto nas eleições municipais deste ano. Um dia depois, Bolsonaro também foi ao lançamento da pré-candidatura de Ramagem no Rio. A aparição ocorreu em meio às investigações sobre a tentativa de golpe de 2022.

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No dia 21 de abril, Bolsonaro foi à praia de Copacabana em evento que incluiu críticas a Lula, elogios ao bilionário Elon Musk, ataques ao Supremo Tribunal Federal e pedido de anistia para os presos no dia 8 de janeiro. carro de som acompanhado por Ramagem e alinhou outros pré-candidatos ao seu redor. A manifestação também contou com governadores do PL, além de políticos, em sua maioria do partido.

Já em claro clima de campanha, o ex-presidente voltou a percorrer o estado em julho com agendas em clima eleitoral. No dia 18, foi para Rio e Duque de Caxias. No dia seguinte, seguiu para a cidade de Itaguaí, antes de voltar para Angra dos Reis. E, no dia 20 de julho, encerrou sua estadia na cidade de Niterói.

Em outubro, poucos dias antes da votação no primeiro turno das eleições, Bolsonaro voltou ao Rio para tentar dar o sprint final à candidatura de Ramagem e às suas apostas prioritárias no estado, incluindo Angra dos Reis. Ele foi à cidade para uma carreata no dia 2 de outubro. Depois, esteve também na Avenida Brasil, no dia 3 de outubro. A via expressa é uma das mais importantes da cidade. Ali, ao lado dos filhos, cumprimentou motoristas e motociclistas.

No dia 5 daquele mês, Ramagem e Bolsonaro estiveram em Marechal Hermes, na Zona Norte do Rio, ao lado de outros parlamentares do partido, cumprimentando apoiadores, antes de assistir a um jogo do Vasco no estádio Cruz-Maltino, em São Januário. A permanência do ex-presidente no Rio, porém, frustrou as expectativas de alguns apoiadores e aliados, que esperavam mais agendas. Por fim, votou no dia 6 de outubro em sua zona eleitoral, também na capital fluminense, mais uma vez ao lado de Ramagem, seus filhos e aliados políticos.

A aparição mais recente, no final de novembro, não foi nas ruas, mas no encontro do Rio PL, na cidade de São Gonçalo, reduto do presidente estadual do partido, deputado Altineu Cortes. O churrasco reuniu, além de Bolsonaro, o governador Claudio Castro (PL) e o ex-prefeito Eduardo Cunha (Republicanos), além de políticos locais.



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