A aula do professor Galípolo para chegar à presidê…

Aprovado para a presidência do Banco Centralo economista, mas também um professor Gabriel Galípolo deu aula na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado quando recebeu uma ovação unânime com votos de apoiadores do governo e da oposição.

Escrevo “turma” porque Galípolo, em vez de evitar as perguntas – estratégia utilizada por dezenas de questionadores ao longo dos anos na Câmara – as encarou, respondendo no tom certo, mesmo as mais difíceis.

O economista falou abertamente sobre supostas brigas e tensões entre Lula e Roberto Campos Netoque deixa a presidência do BC no final de 2024, comentando ainda que o presidente garantiu a ele, Galípolo, plena autonomia.

Um exemplo interessante é o fato de o futuro presidente do BC ter afirmado que não pode nem dizer que teve coragem em manter, diminuir ou aumentar os juros porque nunca foi pressionado por Lula no seu cargo de diretor de política monetária.

Gabriel Galípolo ainda entrou em novos assuntos, indicando uma visão moderna do BC. “Há um lado que é o lado com que todo o Banco Central terá de lidar: a transição climática tem impacto na economia, tem impacto nos preços”, disse, antes de também ser aprovado em plenário por 66 votos a favor.

Segundo o economista, basta dizer que “o principal programa económico dos EUA, que envolve o projeto de produção dentro do país com menores emissões de poluentes, chama-se lei de redução da inflação”.

Obviamente preparado para não antecipar a forma de agir em relação à taxa de juro, Galípolo afirmou que continuará a defender a autonomia mais ampla do Banco Central. O economista afirmou que isso não significa rebelar-se contra o poder eleito democraticamente.

Na opinião de Galípolo, o BC não só precisa ter autonomia para tomar decisões sobre política monetária, mas também precisa da tão desejada autonomia orçamentária. E mais uma vez, utilizou, de forma amigável, expressões de fácil compreensão para abordar o tema.

Para o futuro presidente do Banco Central, a palavra autonomia está na lista de certas palavras-chave que desencadeiam um gatilho, trazendo a miopia para a discussão técnica. E acaba iluminando as arquibancadas, numa disputa de torcedores.

O economista garantiu que, mesmo que os gatilhos sejam como pólvora no Brasil, não há espaço para polarização no Banco Central e que ele não entrará nesse tipo de briga política.

Ele admitiu que o Brasil está crescendo mais do que os economistas previam, como em alguns outros países do mundo, e também que a inflação está acima do esperado – porque, por exemplo, o dólar oscilou muito. A gestão independente de Gabriel Galípolo promete…